quinta-feira, outubro 13, 2005

Coisa de mulherzinha

"- Bom dia!

- Bom dia...

- Dormiu bem?

- É... dormi...

- Dia lindo, né?

- É? Não sei, a janela tá fechada...

- Toma! Pra você!

- Presente pra mim?

- É.

- Por quê?

- Porque hoje nós estamos fazendo aniversário...

- ...

- ... de um ano...

- ...

- ... de casa nova!

- Ah, tá! Claro que lembrei, eu sabia, claro, hoje faz um ano que a gente se mudou pra essa casa, claro que eu não tinha esquecido, mas é que eu não sabia que era pra comprar presente...

- Vocês mulheres são foda. Depois reclamam quando a gente não lembra do primeiro beijo, da roupa que vocês estavam usando no primeiro encontro, do perfume, do aniversário da sogra e blábláblá..."

FUDEU... Marido é mais "mulherzinha" que eu...

quarta-feira, outubro 05, 2005

PNC da Toscana!

Sabe aqueles filmes dos quais todo mundo fala, mas a que você nunca assitiu? Pois é. "Sob o Sol da Toscana" era um deles. Todo mundo comentava sobre esse filme comigo, mas eu ainda não tinha assistido. Chegou a hora.

Filminho lindo, com todos os clichês: mulher independente, marido dependente e sem-vergonha, divórcio, amiga PPTO, umas piadinhas, belas paisagens da Itália.

Eu até estava gostando, achando tudo muito fofo. Aí veio a cena em que o garanhão italiano dá uma pranchada na testa da moça. Fiquei com pena dela, é óbvio, mas gostei por causa do realismo.

O filme cresceu no meu conceito. A mocinha volta para casa, com um baita galo na testa. Encontra a maluca da fonte, que vem com aquele papo de zémané de manter viva a criança que existe em você. E eu achei que ela fosse embolachar a indivídua, mas não. O filme começou a cair. Os pais da mulézinha cujos joelhos não se lembravam mais um do outro aceitam o casamento dela com o polonês abandonado só por causa de uma frase da mocinha. O filme continua a despencar. Casamento, alegria, o mocinho dizendo que a mocinha havia conseguido tudo o que havia desejado. E eu esperando que ela o mandasse à merda. Nada. E o filme caindo.

Fim: aparece um gatinho-intelectual-com-um-sorriso-omo-radiante e ela termina o filme acompanhada.

Moral do filme: uma mulher pode ser corajosa, ir para a Toscana com um grupo de gays, comprar uma vila caindo aos pedaços, tomar conta do trabalho de três poloneses, transar com um garanhã italiano no primeiro encontro, mas ela precisa terminar com alguém, porque a felicidade está aí.

PNC!




Esse é o italiano pranchador!!! E nessa hora, ela descobre que existe outra entre os lençóis do moço!

terça-feira, outubro 04, 2005

Top 10

Top 10 - Casos bizarros do escritório ou esses homens, pobres homens...

- Aquele que traiu a esposa com o melhor amigo;

- Aquele que disse que vai me dar um "pau";

- Aquele que casou pra esconder que era homossexual e pra isso pagou cem mil reais pra esposa ficar caladinha;

- Outro que disse que ia me bater;

- Aquele que foi traído pela esposa com o porteiro do prédio onde moravam;

- Mais um que disse que eu merecia uma surra;

- Aquele que pediu a separação calmamente e a mulher, num surto, destruiu o laptop caríssimo, botou fogo no carro zero, picotou todos os ternos Armani e mandou uma correspondência difamatória pro trabalho dele;

- Um outro que quer me matar;

- Aquele que pediu pra voltar pra ex-mulher em plena audiência de separação;

- O mais sensato, que também queria me dar um cacete, mas quando viu que tinha fila e senha, desistiu...

segunda-feira, setembro 26, 2005

Da série UAU!

Gurias, eu sonhei com o John Cusack. E estou postando isso aqui e não lá no Cama, porque o sonho foi daqueles.

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"Améinnóistudim", como diria a Fal. Vai ser gostoso assim lá em casa (mas depois que marido sair pra trabalhar, tá fio?).

quarta-feira, setembro 21, 2005

Cúmulos

Você acha que já viu de tudo quando o sujeito, em audiência, vira para juiz e diz, na maior cara de pau, sobre a companheira com a qual viveu os últimos 15 anos, que lavou as cuecas do indivíduo, cuidou da sogra moribunda, ajudou a criar os filhos do primeiro casamento dele, construiu todo um patrimônio:

"- Mas Excelência, alguns meros encontros casuais com esta senhora acabou gerando todo esse processo, imagine!"

Mas aí você tem certeza de que ainda tem muito pra ver, quando um outro sujeito, em audiência, também na maior cara de pau, vira para o juiz e diz, sobre a companheira com quem viveu os últimos cinco anos, também lavou as cuecas do sujeito, viajava com toda a família de férias, fazia companhia para a sogra idosa e aconselhava a filha mais velha do primeiro casamento dele:

"- Ela era apenas uma acompanhante, Excelência, dessas que se paga pra sair com a gente."

Cara de pau? Cara de pau sou eu, pra isso aí eu não tenho nem nome...

quinta-feira, setembro 15, 2005

É meu e ninguém tasca!

Meu marido tem umas amigas (leia-se catilangas), que adoram alisá-lo. Reclamam que ele não desgruda de mim, que elas não podem nem abraçá-lo que lá estou eu a tiracolo.

O fato é que eu não gosto mesmo de ninguém pegando no meu marido e ignorando o fato de que eu estou ali.

Oras, você gosta?

Então se você ouvir por aí histórias sobre uma esposa ciumenta, que falou pra amiga do marido: "Vamos parando de alisar o marido alheio, queridinha", na frente de uma dúzia de outros amigos, acredite, as histórias são verdadeiras.

Porque paciência tem limite.

Comigo? Não, não foi comigo, mas foi com a prima da melhor amiga do vizinho do meu jardineiro... foi sim...

quinta-feira, setembro 08, 2005

Homens nossos de cada dia...

Tem um que toma conta da portaria do prédio com zelo, me acompanha até o carro quando saio do escritório tarde da noite e me chama de "bela doutora"...

Um outro que conta as piadas mais incríveis e consegue fazer você rir até a barriga doer, em pleno horário de trabalho...

Tem também aquele que te obedece cegamente, te acha a mais inteligente de todas, a mais competente e fala diariamante que trabalhar pra você é uma honra...

Tem aquele que é seu tutor, seu guardião, seu professor, tudoaomesmotempoagora...

Tem o que assovia pra você, todo santo dia, no mesmo bat-horário, no mesmo bat-lugar, mesmo sabendo que você não vai dar a mínima bola...

Sem esquecer daquele que todos os dias te liga, pra saber como vai a vida, o marido, os filhotes, o trabalho e, mesmo sem se verem, continua seu amigo pra sempre...

E além de todos, tem O cara, que te escolheu pra estar ao lado todos os dias, fazer planos, viver junto, acordar e dormir, amar pra sempre...

Sinceramente, não sei o que seria da minha vida sem os "homens meus de cada dia"...

quarta-feira, agosto 31, 2005

Pisca-pisca

Um dia...

– Tá olhando o quê?

– O quê? Tá maluca? Tô olhando nada não...

– Tá sim. Eu vi você olhando para aquela mulher ali. Quer? Vai lá, vai...

– Amoreco, por favor, não estou olhando para ninguém... só virei o rosto para aquele lado, nem sei por quê...

– Ahãnnn... vou fingir que acredito...

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Outro dia...

– Ei, o que foi?

– O que foi o quê?

– Porque você não olhou?

– Não olhei o quê, minha santa periquita?

– Você não olhou para aquela mulher ali. Desviou o olhar. Por quê? Tá escondendo alguma coisa?

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Prerrogativas do cargo, meus caros... há ônus e bônus...


sábado, agosto 27, 2005

Porque...

Quando aquela moça de olhos verdes entrou na minha vida, eu não imaginava, nem de longe, o que iria acontecer. Porque ela te encanta. Imediatamente. Porque ela também te assusta. Intensamente. Porque ela sempre sorri. Porque ela sabe ser séria e profunda como ninguém. Porque ela deseja, verdadeiramente, que você seja feliz. Porque pra ela, "paunocú" de quem te fizer chorar. Porque ela é uma das poucas pessoas boas que existem por aí. Porque não duvido que ela saiba ser "perversa" como ninguém. Porque nela você reconhece a doçura. Porque, mesmo dolorosamente pra si mesma, ela também pode ser ácida. Porque ela expressa um enorme amor pela vida em cada uma de suas palavras. Porque a vida pode castigá-la diariamente que esse amor não diminui. Porque ela quer o bem, não importa a quem. Menos pra administradora do seu - dela - cartão de crédito. Porque ela é linda. Porque ela te faz sentir linda. Porque ela é inteligente. Porque ela se admira com a tua inteligência. Porque ela é uma sem-vergonha. Porque ela te faz acreditar que ser sem-vergonha é bom demais. Porque ela é cheia de amigos. Porque ser um desses amigos te faz muito feliz. Porque ela sai da dieta pra comer chilli com você. Porque ela atende seu telefonema choroso às duas da madrugada. Porque ela se dá bem com o teu marido. Porque ela também não perde uma oportunidade de dar uma zoada nesse seu mesmo marido. Porque ela te faz declarações de amor em público. Porque ela te dá vontade de fazer as mesmas declarações de amor de volta. Porque ela não é lésbica, atenção. Nem eu, mais atenção ainda. Mas eu a amo muito. E agora sei que minha vida nesse último ano e alguns meses não seria a mesma sem ela.

Hoje é aniversário da Fabby. Companheira de Blog. Amiga do peito. Irmãzinha por escolha. Mãe eventual.

Vou repetir, mais uma vez, que é pra você não esquecer:


TIAMU MACACA!


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quinta-feira, agosto 25, 2005

Honra x Barraco

É amigas, uma hora ou outra eu sabia que ia ouvir uma dessas. E saída da boca do meu próprio marido.

"Homem, quando vai tirar satisfação com outro, por causa da sua mulher, pode até socar as fuças do cara, que é defesa da honra. Pode, porque é homem.

Mulher, quando vai tirar satisfação com outra, por causa do seu marido, é barraco. Não pode. E a outra sabe disso e provoca. Coisa de mulher."

E então, "senhouras" e "senhoures" do júri: Vai pro trono ou não vai?

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UPDATE: Comentário do meu estagiário-que-não-tem-medo-de-ser-demitido:

"Uai doutora, mas tá certo. O homem vai lá e dá na cara do outro pela honra. A mulher vai lá e dá na cara da outra por prazer!"

Estou cercada, amigas, cercada...

sexta-feira, agosto 19, 2005

Uma "daquelas"





"Se hay birita, estoy dentro!"

Esse era o lema da nossa amiga. De chá-de-cozinha a inauguração de boteco, havendo agito, lá estava ela. Do balacobaco, essa mulé!

Mas, como diria o poeta, "a vida vem em ondas como o mar". Uma dessas ondas acabou levando a nossa amiga.

Quem um dia a viu tropeçar nas pedras da entrada da casa da amilga devido ao elevado teor de álcool em seu sangue, pode guardar essa lembrança com carinho.

Quem emprestou a ela uma toalha para esconder a bermuda rasgada, pode se considerar uma pessoa privilegiada.

Quem recebeu telefonemas de madrugada, pode dormir sabendo que as suas noites nunca mais serão as mesmas, sem aqueles relatos emocionantes.

Não restou nem balaco, muito menos baco.

Nossa amiga agora visita outras amigas no hospital. Tem aulas de alemão. Cuida das filhas do "amor".

Agora ela é uma "daquelas" de quem nós falamos em nossas rodinhas. Umas "daquelas" que mudam quando amam.

Ontem comemos um doritos repleto de chilli em homenagem à nossa amiga...

Porque amar fez bem a ela. E isso nos deixa feliz...

sexta-feira, agosto 12, 2005

Enquete

Marido me pediu ajuda para colher dados para uma pesquisa. Ele está montando um espetáculo que fala sobre mulheres e precisa da seguinte resposta:

- Pra você, o que é "coisa de mulher"?

Vale tudo, objetos, sentimentos, atitudes, pensamentos... Dá pra ajudar? Gradicida.

sábado, agosto 06, 2005

Do que eles gostam...

" - Pois o Giovane não pensa em outra coisa, não aguento mais!

- Ai minha filha, sorte sua, porque o André nem liga! E eu adoro, não fico sem!

- Pois o Luciano gosta. A hora que for. Sozinho ou comigo, não tem dessa, é só ele ficar de bobeira em casa...

- E o Giovane fica hooooras até cansar, incrível!

- O Luciano até que é rapidinho, dependendo da hora...

- O André, se eu toco no assunto ele finge que nem me ouviu, vai ler um livro, ver TV, arruma outra coisa pra fazer imediatamente e me deixa lá sozinha!"

Só pra esclarecer...

O assunto aqui é VIDEOGAME!

terça-feira, agosto 02, 2005

Cafas

Atire a primeira pedra o homem ou a mulher que nunca pisou na bola um dia. Que nunca contou uma mentirinha que seja pro namorado/ficante/rolo. Que nunca deixou de ligar no dia seguinte de um encontro horrível. Que nunca deu um fora bem escroto num sujeito legal. Que nunca fugiu covardemente de uma menina apaixonada ao invés de conversar. Que nunca ficou enrolando o final de um namoro por falta de coragem de terminar. Que nunca saiu numa noitada com os amigos enquanto a namorada viajava e sem que ela soubesse. Que nunca disse a frase "não é você, sou eu". Que nunca disse que estava a fim de ficar sozinho, quando estava mesmo era a fim de ficar com a vizinha dela. Que nunca falou que havia esbarrado no antigo namorado, só pra ver uma centelha de ciúmes nos olhos do novo amor. Que nunca provocou uma briga sem motivos. Que nunca tratou mal "aquela amiga" dele que você detesta. Que nunca descarregou nele(a) o fato de que sua sogra te detesta. Que nunca espiou na agenda dela. Que nunca "sumiu" com a foto da ex-namorada dele. Que nunca ofendeu seu amor, mesmo que se arrependesse depois.

Cafajestes não são só aqueles que mentem, sacaneiam, traem, tratam mal...

Em outra escala, todos nós fomos meio "cafas" um dia...

quarta-feira, julho 27, 2005

Sabedoria quatrobineurológica

Querildas pessoas, eu vou bem ali, à Alemanha, ver o que rola por lá... é rapidinho, daqui a pouco estou de volta. Enquanto isso, cuidem, por favor, da Kika e da Lu. Mas sem marcar orgias gastronômicas na minha ausência, ok? É pecado!

Deixo para vocês uma das conclusões a que cheguei nesses meus anos (uiii!!) de observação sociológica:

Depois de uma certa idade, ninguém mais tem "tipo"; tem é oportunidade.

Fiquem todos bem. Cuidem-se. Façam tudo o que eu não faria. Tenham juízo. E usem. O juízo, é claro.

Beijos com amor!

quinta-feira, julho 21, 2005

Fim

Cecília não sentia nada. Augusto tinha saído de casa naquele dia, comunicando-lhe que mandaria alguém buscar suas coisas. Ela poderia ficar no apartamento, ele lhe dissera. Ainda tinham consideração e respeito um pelo outro. Carinho, até. Não tinha havido traições ou desrespeito. Simplesmente acabara, de uma hora para outra. Passeou pela casa como um zumbi. Abriu os armários, tocou nos paletós dele. Ele sempre tivera muito bom gosto pra se vestir. Sentou-se na escrivaninha do escritório. Passou os dedos pelo laptop em que ele navegava na internet noites a fio. Ele sempre foi curioso. Mas ela sempre fora mais inteligente. Olhou para as paredes cheias de pinturas famosas. Ela o introduziu no mundo das artes, mas ele nunca realmente se interessara. Ela ficaria com todos os quadros. No estúdio, um piano de cauda jazia sozinho e silencioso. Ela não queria aquele trambolho em sua casa. Aquilo a faria lembrar-se de Augusto constantemente. O telefone tocou ao longe. Seus amigos ligando? Ou os amigos de Augusto? Sim, porque a partir daquele momento haveria uma divisão. Mas ela não sentiria falta dos amigos dele. Lembrou-se do aniversário do afilhado na próxima semana. Os dois eram padrinhos. Será que iam juntos à festinha? Entrou na cozinha e viu os restos do jantar que preparara na noite anterior. Os pratos preferidos de Augusto. Um vinho caro. Uma tentativa vã de resgatar alguma coisa da paixão que outrora sentiram um pelo outro. Casaram-se com dezoito anos, enlouquecendo seus pais. Olhou para a mesa recheada de caros porta-retratos. O casamento simples, no cartório. Viagens de férias. Natais e Reveillons. Sua família, a família de Augusto. Momentos felizes e que agora pareciam tão distantes. Como se nunca tivessem existido. Olhando para as fotos, notou que Augusto parecia não ter envelhecido um ano sequer. Pensando bem, ele realmente não mudara em todos esses anos. O mesmo jeito de menino. Sempre risonho, brincalhão. Sempre querendo mais. E ela... bem, ela mudara muito. Amadurecera. Augusto não entendia. Ela não podia mais ser aquela menina de antes. Era agora uma senhora casada, com responsabilidades. Tinha uma casa e um marido pra cuidar. Tinha. Foi o que os separara. Ele nunca mudou, mas ela nunca perdeu as esperanças de que ele mudasse. E ela mudou, mas ele sempre quis que ela continuasse a mesma...

segunda-feira, julho 18, 2005

O Império dos Sentidos

Você pode achar que o que escreverei aqui prova que sou superficial, ou seja-lá-o-que-for. Não é verdade. Valorizo o conteúdo acima de tudo – seja de um livro, um cedê, um blógui ou, principalmente, uma pessoa.

Acontece que, gostando ou não, sou sensorial ao extremo. Dizem que é do signo. Como primeiro com os olhos. Vejo sons. Ouço cheiros.

Isso se aplica ao que espero dos homens. Claro – senão, por que teria começado esse assunto aqui no blógui?

Para despertar minha atenção, primeiro o sujeito tem que despertar meus sentidos. Para manter-me interessada no relacionamento, precisa redespertá-los sempre. Como? Vamos lá.

Visão
Os gays não são todos bonitos, como a gente diz às vezes, no auge da frustração. Acontece que a maior parte deles tem bom gosto e sabe se arrumar. A primeira impressão que passamos às pessoas é a nossa imagem. Tudo bem, julgar alguém pela aparência pode ser futilidade, preocupar-se exageradamente com a aparência pode resultar em neurose. Agora, saber usar a roupa certa na ocasião apropriada denota cuidado, fazer a barba (ou cultivá-la com esmero), pentear os cabelos e outros pequenos cuidados fazem a diferença entre uma figura desleixada e um homem digno de uma segunda olhadela.

Audição
Não precisa saber cantar, ou ter voz de radialista (se bem que, se tiver tais predicados, melhor ainda). Aqui, refiro-me ao papo mesmo. Gosto de ouvir um homem inteligente, bem-humorado, crítico, até sarcástico. Fujo do pedantismo, da arrogância, das piadas fora de hora.
Falar “entre quatro paredes” (se é que vocês me entendem) também pode ser muito, muito interessante.

Olfato
Homem tem que ser cheiroso. Não estou falando de “cheiro de macho” (ainda que reconheça a importância dos feromônios), mas de perfume, mesmo. Nada como um homem com aquele cheirinho de colônia pós-barba, ou perfumado na medida certa. Porque, se dizem que tudo que é excessivo enjoa, no caso de perfumes essa regra vale ao pé da letra.
É claro que o hálito também merece atenção. Especialmente porque também diz respeito ao sentido seguinte.

Paladar
Você fuma? Se sua companhia não gosta de cigarro, uma balinha antes do encontro cai bem. Também acho desagradável beijar alguém com gosto de cerveja, se eu não bebi. Especialmente se faz hoooras que o cara bebeu e aquele gosto de cerveja choca está lá, impregnado. Gosto de cabo-de-guarda-chuva, então, é o fim da picada.
Se nem sempre é possível escovar os dentes, lembre-se: halls existe. Para casos mais graves, há uns aromatizadores de hálito ótimos e baratinhos, disponíveis em qualquer farmácia.

Tato
Tem o toque das roupas. Tecidos macios favorecem o carinho.
Lábios hidratados caem bem. Cabelos bem cuidados, também. Mãos que não lembrem lixa de unha e barba que não arranhe são mais que recomendáveis.
Acima de tudo, porém, encontra-se a tal “química”. Aquela “coisa de pele”, sabe? A corrente elétrica que vai de um corpo a outro ao menor contato.
Se não houver essa química entre o casal, não valem de nada os esforços e preocupações que o homem possa ter com os outros sentidos.
Por outro lado, mesmo que o sujeito seja um relaxado, pode despertar a tal eletricidade.

Se bem que, no meu caso, essa possibilidade é um tanto remota.

terça-feira, julho 12, 2005

Uma questão de "marquetingue"

Sabe essas revistas de mulherzinha? Não, sem tom pejorativo. Eu adoro. Leio várias. Não mudam a minha vida em nada, mas me divertem aos montes.

Um dos assuntos recorrentes nas matérias é o medo que os homens têm de não satisfazerem as mulheres e de, por conta disso, virarem tema de conversa nos banheiros da vida (é, porque, se vcs ainda não repararam, alguns homens acham que as mulheres só conversam no banheiro, entre um xixi e um retoque no batom).

Eis que estou aqui, moços!!! A redentora de todos vcs. Vim trazer a verdade que liberta: uma mulher tem que ser muito macho para admitir que transou com um cara ruim de cama. Não admite. Nem a pau!!! E eu chamo pra cair dentro aquela que quiser contradizer a minha tese.

(PAUSA: É claro que existem momentos em que a tese vai para o vinagre. Por exemplo, no meio de uma discussão. O cara pode ser o Ronaldinho do orgasmo múltiplo que não adianta. Homem sacana, em público, sempre, sempre, sempre, tem pau pequeno e ejaculação precoce. Lá na hora do desabafo com a amiga, a mulher pode até dizer que o canalha era gostoso. Mas na hora da briga??? Nunquinha!!!)

O problema é que, se a mulher admitir que o fulano que ela anda pegando (*adoro falar canalhês) é ruim de cama, acaba assinando um atestado de incompetência. Isso na cabeça dela, é claro. Se a transa não foi boa, se a noite não rendeu, a responsabilidade tem que ser dividida. Não, o moço não pode ser meia-bomba (****), ela é que não desperta o tesão dele. Não, o rapaz não pode ser o coelhinho da fábula, ela é que não dá incentivos... e por aí vai... como podemos ver, a lição perpetrada por séculos e séculos foi bem assimilada.

Analisemos: vc investe dias, semanas, meses naquelas carnes (*). Esquematiza encontros casuais, monta uma rede de informações de fazer inveja a qualquer Tom Cruiser para, no final das contas, o moço ser fraquinho nas artes do amor??? E, depois de tudo isso, vc ainda tem que admitir para as suas amigas que o moço não dá no couro??? Nem morta!!!


Por isso, rapazes, podem ficar tranqüilos. Se o seu desempenho for de fraquinho a médio, nunca vai virar notícia de jornal, nem para o lado bom, nem para o lado ruim.

E os muito ruins? Bom, esses podem até virar folclore, mas vão ser histórias de uma noite só.

quarta-feira, junho 29, 2005

Afirmação pra quê?

Esse post é pra uma nova (e querida) amiga:

Numa conversa entre amigos, nossa amiga nos confidencia que fica chateada porque o namorado, quando atende o celular, nunca diz para o seu interlocutor que está em tal lugar, fazendo tal coisa e que está "com ela".

Todas nós já passamos por essa. Meu marido é um desses que atende o telefone e diz, "ah, eu estou no cinema". E ponto. Ele não diz "estou no cinema com a Kika" ou "estou no cinema com a minha esposa".

Conversando com ele sobre o desabafo de nossa amiga, ouvi o seguinte comentário: "Mas isso é bem feminino mesmo, bem coisa de mulher".

Ele me disse que essa afirmação de que o casal está junto é bem uma coisa feminina mesmo. Que a mulher tem uma necessidade maior dessa afirmação do que o homem. Nós nos damos ao trabalho de dizer "ah, estou aqui , em tal lugar com o meu marido" ou "estou fazendo tal coisa com o meu namorado".

E é verdade. Os homens sentem menos necessidade dessa afirmação. Eles sabem que nós estamos ali com eles. Quem mais precisa saber disso?

Por isso, amiga, vá ser feliz, você e seu homem. Afinal, vocês não precisam de mais ninguém pra isso.

quarta-feira, junho 22, 2005

Banco de memórias

Eu já fui besta o suficiente, confesso, para dizer que gostaria de apagar minhas memórias. Sim, já fui besta a esse ponto.

Agora, mais amadurecida e menos besta, mimo minhas memórias, trato-as a pãdeló, com a intenção de apagar a sensação de rejeição que possa ter ficado nelas.

Hoje o Theo entrou aqui na sala espalhando um perfume diferente. Disse ele que bateu uma nostalgia, que deu vontade de usar esse perfume que há tanto tempo não usava, que marcou um momento especial da vida dele.

As mulheres, então, começaram a debater sobre esse tema palpitante e chegaram à conclusão de que esse cheiro é cheiro "de namorado". Iniciou-se uma conversa muito gostosa, na qual começamos a enumerar coisas "de namorado":

- Halls de cereja;
- carteira de borracha da Company;
- All Star (todos);
- chaveiro com mosquetão;
- camiseta de banda de rock;
- pochete (eccaaa!!! Esse item causou uma discussão interessantíssima);
- música lenta dos anos 80 (mesmo para quem não é da época).

E aí, alguma dessas coisas fez você lembrar? Existem outras coisas "de namorado" na sua memória? Divide com a gente, vai...

E aos meninos queridos, agradecemos as memórias. Isso é o que importa. Como já disse a Lispector: amar é a nossa única salvação...

Ah, o perfume é o Styletto, de O Boticário...

segunda-feira, junho 20, 2005

Dia de "Monstruação"

Eu adoro a minha rotina diária. Acordo quase sempre de bom-humor, faço almocinho caseiro quando marido está em casa, adoro me arrumar pra ir trabalhar. Passo a tarde no fórum, faço minhas audiências, encontro outros colegas pra trocar uma idéia, tenho boas relações com juízes, promotores e os funcionários em geral. Compro aquele chocolate delicioso que vende na porta do Tribunal e como sem culpa. Atendo meus clientes no fim da tarde e eles sempre me rendem boas histórias e até alguns posts. Volto pra casa, morrendo de saudade dos meus "filhotes" e do marido. Brinco com Ariel e Ookla, que são mais afoitos e sentem mais saudades. Trago o danado do Frajola pra casa, pois o gato adora uma rua. Vejo se todos já comeram, têm água e estão acomodados pra dormir. Tomo um banho, faço um lanchinho, coloco as novidades em dia com marido e me preparo pra ver alguma programa que gosto na TV a cabo. Durmo tranquilinha enroscada no marido esperando por mais um dia...

Porém, sob uma outra ótica...

Você está menstruada, mal-humorada, com os nervos à flor da pele, a sensibilidade a ponto de explodir em choro, com cólicas e parecendo o Niágara. Agradece mentalmente a Deus por ser segunda-feira e você não precisa fazer almoço e nem lanche porque marido dá aula o dia todo e só chega tarde da noite. Mas ainda assim tem que acordar cedo, ficar linda, mesmo com a barriga toda inchada, arrumada, mesmo com roupa nenhuma cabendo em você, maquiada e cheirosa, ir trabalhar e parecer profissional, séria e comedida, mesmo estando em frangalhos por dentro de com vontade de gritar com o primeiro que te corta no trânsito. Não pode derramar uma lagriminha sequer quando sua cliente conta como o cachorro do ex-marido a traiu com a secretária oxigenada. Tem que ser paciente com o juiz que te recebe de má vontade e ainda quer te ensinar a advogar e com o energúmeno do funcionário do cartório que "perdeu" o seu processo. Tem que comer só UM Ferrero Rocher e não o pacote inteiro que está no escritório. Tem que ficar rondando os banheiros do fórum pra se certificar, a cada meia hora, que a merda do absorvente não "vazou" e mesmo assim você passa o dia com a impressão que sim e que todo mundo está vendo. Não pode esganar o primeiro abestado que te pergunta: "Que cara é essa? Tá de TPM, é?". Tem que aguentar aqueles advogados chatos, que parecem que engoliram o rei e só sabem contar vantagem. Tem que ir ao banco, receber os dois clientes mais chatos de galocha que você tem e ainda cumprir um prazo que deixou pra última hora. Antes de ir pra casa tem que passar no supermercado, na farmácia e em outro lugar que você só vai lembrar quando já estiver no portão de casa. Tem que fiscalizar os bichos antes de entrar, fazer a chamada, catar um dos gatos que insiste em dormir na porcaria da obra em frente, fazer carinho nos mais animados, dar um tapa na bunda daquele que arrastou a almofada do sofá da varanda pro meio da grama do jardim. Só aí é que você vai poder tomar aquele banho e se enfiar debaixo das cobertas, rezando pra que todas aquelas atrizes/modelos maravilhosas dos seriados da Sony morram e que esse dia termine de uma vez. E ai do marido se "relar" em mim...

segunda-feira, junho 13, 2005

Dexa vê si eu intendi!

Cena: uma mulher de camisetinha. Malhadinha, pode dar tchau sem passar vexame, cabelos sedosos, pele de porcelana. Em uma cozinha rústica, tendo ao fundo um cenário bucólico, prepara uns quitutes, embalada por uma suave brisa, que agita seus já citados sedosos cabelos.

Pega um vidro do que parecem ser palmitos. A tampa oferece alguma resistência, mas a moça logra abri-la com relativa facilidade.

De repente, ela pára. Devolve a tampa ao vidro e, com um voz rouca e envolvente, dirige-se ao guapo rapaz que trabalha em seu notebook.

"Rô, abre para mim?"

E ele, em toda a sua superioridade masculina, retira a tampa com um olhar magnânimo.

E a frase final: "Ser independente, sem deixar de ser mulher".

Das muitas uma: eu não entendi a profundidade psicosociológica do comercial; minha visão de mulher independente está um pouco equivocada; a peça publicitária é ridícula; a amargura se instalou de vez no meu coração; ainda não sou cínica o suficiente...

Kika, explica aí, amiga...

quinta-feira, junho 09, 2005

E daí?

Feliz é a Beatriz. Enquanto admira sua nova cobertura no Sudoeste, decorada por Filinto Madureira, o novo darling do who's who do Planalto, pensa nas possibilidades que a tarde lhe oferece.

Uma volta pelo shopping, talvez, para conferir as novidades daquelas lojinhas exclusivas, onde uma camiseta de malha 100% algodão, com aparência de quem acabou de ser cuspida por uma jibóia, custa a módica quantia de R$500,00...

Hummm... quem sabe uma chegadinha ao salão das estrelas, para retocar as unhas de 5cm com esmalte cor de berinjela... afinal, já não vai ao salão há dois dias...

Enquanto não decide, pega uma das revistas que a Isolina, sua personal assistant, deixou sobre a coffee table daquele designer muito famoso, cujo nome ela não lembra nem a pau.

Lá pela página 35, uma foto chama a sua (dela) atenção. Beatriz reconhece Lucília, sua colega de Obcursos, da época em que cometia desvarios como se inscrever em concursos públicos e passar noites a fio estudando Direito Constitucional.

Alguma coisa estava errada naquela foto... Lucília era a típica CDF. Seu destino era se tornar uma dessas servidoras públicas com maquiagem de mais e elegância de menos. Solteirona, encalhada, na verdade. Hobbies: assistir à televisão e caminhar no Parque da Cidade nas manhãs de domingo.

À medida que os olhos de Beatriz seguiam as letras da reportagem, nascia uma Lucília totalmente diferente, empresária bem sucedida, ativista social, casada com, nas palavras da repórter, "um modelo de perfeição masculina". Hobbies: snowboard e mergulho.

Sentindo a escova progressiva se arrepiar, Beatriz esquadrinhou a foto enorme. Pele de porcelana, usando um Raya De Goeye m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o, corpitcho em dia, sem sinais de silicone ou de lipo (mas isso é fácil de esconder). E os sapatos? Manolo Blahnik, com certeza...

Por que ninguém lhe dissera que dava para ter tudo? Isso, é claro, antes de ela cansar do modelito "moça-moderna-trabalhora-independente" e ceder aos apelos do Neto, pessoa de grande influência na Corte, que precisava de uma fachada para a sua orientação sexual diferente...

Dava para ser mulherzinha e mulherão, tudo ao mesmo tempo agora? Bom, agora era tarde... e ela não ia ficar pensando nisso... se pensasse, franziria a testa e arruinaria a bioplastia que fez no mês passado...

Apanhando sua bolsa Gucci, saiu para a vida, tal qual uma Scarlet O'Hara dos tempos modernos: "Vou deixar para pensar nisso amanhã".

sábado, junho 04, 2005

Os sapos nossos... amém.

Olha, se tem uma coisa que eu já fiz muito nessa vida, foi namorar.

Afinal, a fila anda e a gente tem que experimentar de um tudo (menos verduras e legumes) na minha modesta opinião.

Lendo a classificação que minha amilga Fabby fez no post abaixo, fiquei pensando nos meus sapos, digo, ex-namorados.

Teve um, imaginem só, o próprio homem-bomba. Não, calma. Ele não pertencia ao Al Qaeda ou outro grupo terrorista. Ele era bombado. Malhador. Só pensava em academia, corpo, malhação, bomba, mais corpo, saração, frequentava o salão de beleza, se depilava etc. Se achava lindo de morrer, não podia ver um espelho, era o protótipo do tal metrossexual de hoje. Apaixonado por ele mesmo.

Tá, o cara era gostosão, admito. Mas o cérebro era do tamanho da ereção dele. Sim, porque depois de tomar tanta bomba, ainda vão querer que o cara seja bom de cama? Nem... E eu ainda passei uns dois anos com ele. Vai entender...

Teve um que era o próprio "partidão". Advogado bem sucedido. Charmoso. Não bonito. Mas inteligente. Apaixonadérrimo por mim. Só que morava em outro estado, láaaaa longe. Esse, coitado, eu chifrei sem querer. E troquei ele por um que não tinha onde cair morto. Eu era jovem, entendam... E olha que ele se mudou pra cá por minha causa, e nem assim...

O tal que não tinha onde cair morto era separado, desempregado, tinha duas filhas e morava com a mãe. Cheio de problemas. Cheio de neuras. Mas tinha os olhos azuis mais incríveis que eu já vi na vida. E me hipnotizava. Mas não deu certo, por váaaarios motivos, alguns obscuros até mesmo para mim. E acabou...

Tinha um outro que era um largado. Super-mega-ultra-hiper-inteligente. Mas um largado. Um nerd. E largado. Magro que era só osso. E feio. Admito. O bichinho era feinho. Mas era super-mega-blablabla. Uma coisa. Com esse eu casei. Mas já separei também porque era meio doido...

Um outro era bonito, gostoso, inteligente, divertido. Tudoaomesmotempoagora. Mas era um tarado de marca maior. Até aí tudo bem. Se ele não viesse com umas histórias de swing, ou a 3, a 4, a mais... E como eu não topava, ele arregimentava outras que topassem. Dancei na história. Mas acho que foi melhor assim...

Sapos? Alguns sim. Outros nem tanto. Mas sabe de uma coisa? Acho que todos valeram a pena...rs.

quarta-feira, junho 01, 2005

Vai um sapo aí?

Algumas pessoas me perguntam se eu ainda estou procurando o meu príncipe encantado...

Não sei, vamos analisar os exemplos disponíveis:

1. O da Bela Adormecida – Ficou andando pelo mundo, conhecendo várias culturas, curtindo a vida, enquanto a mocinha levava uma maldição no meio dos cornos. Claro que o simbolismo não poderia ser melhor: a maldição se concretizaria por meio de um utensílio doméstico. E, enquanto o príncipe saracoteava por aí, a Bela ficou dormindo, criando teia de aranha, até o momento em que o "totoso" resolveu sentar praça...

2. O da Branca de Neve – Putz, a Branca enfrentou um monte de barra sozinha. Foi perseguida pela madastra, conseguiu argumentar com o caçador que queria arrancar o seu coração (sentido real), passou um tempo perdida na floresta, conseguiu se impor diante de sete homens (anões, mas homens). Um dia, por causa de uma maçã (de novo!), ela cai adormecida (de novo!). Aí vem o príncipe, que certamente estava curtindo a vida adoidado até então, e leva todo o mérito da história. E lá vai para a lama todo o vanguardismo de dona Branca.

3. O da Cinderela – Escrava... era isso que a bonita era. Do lar... lavava, passava, costurava, cozinhava. E era esquizofrênica: conversava com os ratos. E vivia no borralho. Ô, vida! O príncipe, tal qual participante de realiti shou, realiza uma festa para escolher a mais-mais do reino. Depois, só aceita a mulher cujo pé couber no sapatinho de cristal (quer imagem mais clara?).


Pergunta de novo: Fabby, vc está procurando um príncipe?

Eu respondo: Não, brigadinha, eu passo...

segunda-feira, maio 23, 2005

Mais uma vez AMOR...

(Se esse texto ficar com cara de livro de auto-ajuda, por favor, batam com a minha cabeça na parede...)

Ele diz EU TE AMO antes de você. Mesmo não tendo certeza absoluta, você diz que também o ama.

Ele diz EU TE AMO e dessa vez você sabe que é recíproco. Você confirma que também o ama.

Vocês dizem EU TE AMO várias vezes. Juntos.

Você diz EU TE AMO. E ele diz que também te ama.

Você diz EU TE AMO e ele muda de assunto, fingindo que não ouviu.

Você diz EU TE AMO e ele diz que gosta muito muito muito de você.

Você diz EU TE AMO e ele diz que sente um enorme carinho por você.

Você diz EU TE AMO e ele diz "eu sei".

Você diz EU TE AMO e ele não diz nada.

Acho que está na hora de você dizer EU ME AMO... não?

quinta-feira, maio 19, 2005

Estranhas criaturas

Hoje vamos falar sobre o resultado do cruzamento entre o homem e o saquinho que conserva alimentos: o Homem Ziploc.

Seu habitat abrange várias regiões urbanas, mas é encontrado com mais facilidade em locais onde abundam amigos e cerveja.

Até os 30 anos, fica em estado semivegetativo, ocasionado, na maioria das vezes, por uma insegurança causada pelos tocos levados no decorrer da vida. Por um desses fenômenos inexplicáveis da natureza, esse espécime encontra uma fulana desvairada que dá a entender que ele é uma pessoa interessante e tale e coisa. E o indivíduo acredita...

A partir daí, desenvolve uma segurança artificial, que gera comportamentos estranhos, marcados por piadas sem graça, gargalhadas exageradas, olhares de esguelha e uma forma de caminhar sui generis.

No entanto, a lembrança do tempo de encasulamento promove um comportamento ímpar: ele acredita que precisa "armazenar" mulheres para o caso de outra época de vacas magras. Coloca-as, mesmo que à revelia e algumas vezes até mesmo sem o conhecimento das ditas, em saquinhos plásticos, registrando com etiquetas as suas utilidades: "BOA PARA DIAS DE CHUVA", "PARA LEVAR AO BARZINHO", "PARA RESTAURANTES FINOS", "SÓ PARA TRANSAR".

Esse tipo sofre de amnésia seletiva: esquece tudo que possa causar algum embaraço ou desmentir qualquer dos seus "causos".

Pesquisadores investigam a possibilidade de haver também alguns genes de lavadoras de beira de rio nas células do Homem Ziploc. É impressionante a capacidade que ele tem de "torcer" os fatos e de se auto-"ensaboar"...

terça-feira, maio 17, 2005

Orkut de quem?!

Vocês não odeiam esse tal de orkut, de vez em quando?

Todo mundo se encontra.

E você, até quando não procura, acha.

Acha o perfil daquele ex-namorado que você preferia que estivesse sob sete palmos de terra.

Acha recadinhos melosos do seu pretendente no perfil de alguma baranga.

Acha , pior ainda, um “a noite foi ótima” deixado por uma sirigaita qualquer no mural de recados do seu pretendido.

Acha aquele cara tuuuudo-de-bom que você viu uma vez só, há séculos, na casa da sua amiga. Ele tinha namorada na época, tá certo – mas o perfil agora indica que está solteiríssimo. Aí, olhando as comunidades dele, descobre que virou gay.

Acha um velho conhecido do segundo grau que sempre deu em cima de você e nunca mereceu crédito. Ele agora é lindo, culto e bem-sucedido. E casado, claro.

Acha a ex-namorada do seu atual na lista de amigos dele e descobre que o cretino estava mentindo quando dizia que nem sabia por onde ela andava.

Acha aquele sujeito grudento que te perseguiu por oito meses e percebe que ele é amigo-de-um-amigo-seu que, aliás, disse outro dia que queria te apresentar um cara gente-boa. E você pensou que era só uma coincidência de nomes.

Acha dores-de-cotovelo, histórias esquecíveis, fantasmas e enxaquecas.

E se pergunta por que cargas d’água não foi dormir cedo.

segunda-feira, maio 16, 2005

O que é o amor...

Entram na minha sala o cliente, sua mãe e sua tia.

Ele mesmo não fala nada. Mas a mãe e a tia falam. E como!

"E aquela vagabundazinha vivia chifrando ele, sabe doutora, aquelazinha nunca valeu nada mesmo". Elas sempre souberam. Mas ele, cego de amor, casou do mesmo jeito. Ficou contra a mãe. E durante o tempo de casados elas pegaram aquela "uma" com outros homens, várias vezes. No flagra! Mas ele nunca acreditou na mãe e na tia. E acabou se distanciando da família, por causa "daquela".

Até o dia em que ele finalmente pegou. Na casa deles. Na cama deles. Com outro homem.

No mesmo instante eu percebi que o flagra fora armado pela mãe que, juntamente com dois policiais, um vigilante da rua e ele, entraram na casa atrás de um "suposto assaltante". E agora "aquela vadiazinha" ia ter o que merecia.

Que eu ia ter que limpá-la, de qualquer jeito. "Nada de casa, carro, mesada, nada, viu doutora?" Ela tinha que perder tudo. Ela tinha que pagar pelo que fez com o filhinho dela. Com o sobrinho querido.

E ele mesmo não falou nada. Até hoje, no meio do processo ele fala muito pouco. No início eu imaginei que fosse a vergonha. A humilhação. A decepção. Que tudo fosse demais pra ele.

Agora eu soube que não.

Que ele ainda liga pra ela. Diz que a ama e que queria muito voltar. Promete que eles vão morar longe da mãe dele. Longe da família dele.

Mas na frente da mãe e da tia ele fica mudo. E o processo segue.

E, pela primeira vez, que não sei como isso vai terminar...

sexta-feira, maio 13, 2005

Mantra

Não dizem que condicionamento mental funciona? Então: dever de casa para o finde...

Só vou gostar de quem gosta de mim
(Rossini Pinto)

De hoje em diante vou modificar
O meu modo de vida
Naquele instante em que você partiu
Destruiu nosso amor
Agora não vou mais chorar
Cansei de esperar, de esperar enfim
E pra começar eu só vou gostar
De quem gosta de mim


Não quero com isso dizer que o amor
Não é bom sentimento
A vida é tão bela quando a gente ama
E tem um amor
Por isso é que eu vou mudar
Não quero ficar
Chorando até o fim
E pra não chorar
Eu só vou gostar de quem gosta de mim

Não vai ser fácil, eu bem sei
Eu já procurei, não encontrei meu bem
A vida é assim, eu falo por mim
Pois eu vivo sem ninguém

quinta-feira, maio 12, 2005

Assim sim, mas assim também não...

Eu já falei algumas vezes do meu pai por aqui.

O que eu não falei é que nossa relação, por nunca ter sido de pai e filha, é de dois amigos.

Eu conto moooonte de coisas pra ele. Coisas sérias mesmo, de relacionamento e talz. Quase como se eu estivesse conversando com as meninas.

Eu disse quase. Porque isso tem volta.

Se eu conto, ele também quer contar. Contar do dia, dos problemas, dos outros filhos, das namoradas, dos casos, das transas...ÔPA!

Tá bom! Tá bom! Pópára! Pópára!

Informação demais pro meu gosto. Tem coisas que, realmente, eu NÃO preciso saber.

O que meu pai não sabe, ou não entende, é que para os filhos os pais não transam. Nunca! E se transam, não compartilham! Jamais! Ainda mais quando a conversa é entre a filha mulher e o pai, bonito, solteiro, livre, leve, solto e chegado numa putaria, após ter adotado a teoria da própria filha de que "a fila anda".

Quando eu não interrompo ele a tempo fico sabendo de cada uma... E depois marido quer saber o porquê da minha insônia voltar de vez em quando...

quarta-feira, maio 11, 2005

Pillow Talk

Ele me liga no finalzinho da noite e,
com aquele sotaque gostoso, me chama de "preciosa"...

Ele me conta sobre os trabalhos da faculdade e
sobre como está cheio de afazeres por causa
da ausência do irmão dele,
que está curtindo férias na Espanha...

Ele fala sobre a alergia que tem a pólen e
que está com o nariz escorrendo e
com os olhos vermelhos...

Ele ensaia uma cena de ciúmes quando eu conto
do jogo de futebol de uns amigos e
reclama que eu devia estar muito
distraída com eles para atender
o telefone no dia anterior...

Ele pede para eu não fazer planos
para nós, mas se irrita quando eu
digo que vou fazer trekking no Peru "with or without you"...

Ele diz que eu estou muito bem-humorada...

Ele diz que me ama...

Ele diz boa-noite...

Ele desliga...

E eu sonho...




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Surtei!!! Vou bem ali queimar o meu soutien e já volto!!

segunda-feira, maio 09, 2005

Quem ri por último?

Ela vai passar um mês fora. Rio de Janeiro. A trabalho.

Perguntam para ele como vai se virar para cuidar do bebê, durante esse mês. Ele, do alto da sua segurança machista, responde que não está preocupado, que vai trocá-la por uma garota de vinte anos.

Alguém responde:

- Pois eu acho que você deveria se preocupar, sim. Afinal, quem vai passar trinta dias na Cidade Maravilhosa é ela...

Cai o pano.

quinta-feira, maio 05, 2005

Existe vida após "O Amor"?

Você tem uma vida legal. Seus amigos são legais. Sua rotina é legal. Seu dinheiro dá pra você fazer as coisinhas que gosta e pagar as contas. Mas você quer mais. Você quer alguém pra dividir essa vidinha que você gosta. E você quer amar. Então vocês se conhecem. E se apaixonam. E namoram. E ficam mais apaixonados ainda. E namoram mais. E começam a se amar. E amar é bom. E você tem certeza de nunca amou assim em toda a sua vida. Ele é o amor da sua vida. Você é o amor da vida dele. E você quer passar o resto da sua vida amando desse jeito. Por que esse não é mais um amor. Esse é "O Amor", aquele que você procurou a vida inteira. E ele partilha da mesma opinião. E então vocês querem mais. E resolvem se casar. Porque se amam, claro. E então, toda a sua vida muda. Seus amigos mudam. Sua rotina muda. Suas despesas mudam. Suas responsabilidades mudam. Aquela vidinha despareceu. Você agora tem outra, que divide com alguém. E a vida é boa. O amor é bom. Mas o tempo passa. E vocês são diferentes. Têm pontos de vistas diferentes. Vontades diferentes. Amigos diferentes. Têm objetivos diferentes. E personalidades diferentes. E algumas brigas são inevitáveis. Mas vocês ainda têm o amor de vocês. E esse amor pode tudo. É maior que todos os pontos de vistas, que todas as vontades, que todos os amigos, que todos os objetivos, que qualquer personalidade forte. É maior que qualquer briga, por mais feia que ela seja. Mas de repente, no meio de tanta coisa, de tantos objetivos, de tantos pontos de vista, de tantas diferenças e brigas e egos, o amor já não parece tão grande. Já não parece tão bom. Já não parece suficiente. Parece pequenininho. Parece fraco, diluído. Não parece mais aquele amor que você tanto queria. Não parece mais ser "O Amor" que você tanto procurou. "O Amor" que você queria era diferente. E vocês deixam de querer. Não sem ficar com pena de tudo aquilo. Com pena de que aquilo, que era tão grande e tão bonito e tão suficiente, tenha se tornado tão pequeno e fraco e insípido. E vocês até tentam resgatar tudo aquilo. E sofrem por não conseguir. E sofrem por ter que desistir. E sofrem. E depois de tudo isso, como voltar para a sua vidinha? Como não mais dividir nada com ninguém? Como voltar a ter seus amigos, sua rotina, suas coisas? Existe vida após um amor? Existe vida após esse amor? Existe vida após "O Amor"? Existe vida? Foi tudo um engano?

segunda-feira, maio 02, 2005

Historinha para ninar uma amiga...

Este é um post antigo, lá do Passeio. Eu gosto deste texto, ele me faz bem. Mas tudo o que está escrito nele é o que eu gostaria de dizer para você, amiga.

Estava andando distraída pela rua quando tropeçou em um pacote. Depois de ver estrelas e de listar todos os palavrões que conhecia, percebeu que, com a topada, o pacote se abriu. Por curiosidade (sabe como é, signo de gêmeos, conjunção lunar e etc.), abriu um pouco mais e viu que, lá dentro, havia um amor. Não era um amor novo, já estava, inclusive, bastante usado, mas dava para perceber que era dos bons, sólido, firme. Desembrulhou tudo, dobrou o papel e colocou o amor sobre uma mureta. Marcas de mordidas aqui, faltando alguns pedaços ali, mas ele estava praticamente inteiro. O cheiro ainda era bom, um restinho de laranja com canela. A cor era firme, destas que não desbotam. Decidiu levar o amor para casa. Não era seu, ela nem sabia quem o havia abandonado assim, na rua. Já entrara em sua vida causando dor: a topada machucara o dedão direito. Mas não é todo dia que se encontra um amor assim, embrulhado para presente no meio da rua. Chegando a casa, não encontrou um lugar onde pudesse colocar o amor. Ora o lugar era pequeno, o amor não cabia ali. Ora era grande demais, e o amor ficava perdido em meio a tanto espaço. Pensou mesmo se não seria o caso de guardá-lo em um banco, afinal, era artigo raro nestes dias, alguém poderia querer roubá-lo. Mas desistiu da idéia. Era tão bonito, tão colorido...estava pensando no melhor lugar para exibi-lo (sim, porque, arrependida da idéia de encerrá-lo em um cofre, agora queria mostrá-lo a todos que entrassem em sua casa), quando notou que ele rolou para um canto do sofá. E parecia confortável ali, encostado nas almofadas. “Então, era ali que ele queria ficar!”, pensou. E ali ele ficou.

Não era o seu primeiro amor. Ela já tivera outros. Alguns ela ganhara, outros ela comprara, mas nenhum deles tinha aquele apelo meigo, quase um pedido de cuidados, com suas marcas de mordidas e seus pedaços faltosos. Cuidava daquele amor com todo o seu coração. E ele retribuía. As marcas ficavam menos visíveis. Um dia, ela até pensou ter visto um sorriso. Podia jurar. E o amor crescia. As pessoas que a visitavam se surpreendiam com aquele amor. Um amor que não era dela, que ela encontrou na rua, que ela trouxe para casa. E ela fazia questão de mostrá-lo. De contar como o encontrou. Dez, vinte, cem, duzentas vezes. E as pessoas estranhavam. “Mas você nem sabe de quem é!! De onde ele veio? Não é falsificado?”. E foram tantos os comentários que o amor começou a ficar assim, meio ressabiado. E já não brilhava tanto, nem exalava
seu cheiro de canela e laranja. E ela percebeu. E um dia deitou no sofá, bem perto do amor. E chorou silenciosamente. Ele não era seu, podia até ser falso, mas lhe fazia um bem tão grande. Era tão bom sabê-lo ali, perto dela. Fechou os olhos e não percebeu que o amor encostara-se a seu corpo. Sentiu apenas o calor que emanava dele. Abriu os olhos e ainda teve tempo de ver uma pontinha entrando no seu peito, para sempre.


sábado, abril 30, 2005

Droga droga droga...

Aí você recebe o seguinte telefonema:

"-Amor, olha, tô saindo do trabalho agora mas não vou pra casa. O pessoal tá fazendo uma pressão aqui e eu vou ali tomar alguma coisa com eles, tá? Não demoro. Beijo."

Você nem tem tempo pra reagir. Diz que "ãh, sim" ou então "claro, claro querido...", mas no fundo, um turbilhão de coisas invade a cachola, que começa a funcionar e nem sempre funciona muito bem...

Como assim, vai sair com o pessoal? E nem me chamou? E que pressão é essa que o pessoal tá fazendo? E pra onde eles vão? Será que ele vai demorar muito?

Se ele não me chamou é porque não queria a minha companhia. Puxa vida, ele não gosta mais da minha companhia. Então é porque o relacionamento está esfriando, claro, se ele não gosta mais de sair comigo! Ou então ele tem vergonha de mim e não quer que eu saia com os amigos dele. Ou pior! Se eu não posso ir nessa saída é porque tem mulher no meio! Claro! Os amigos fazendo pressão, eu não posso ir, na certa tem mulher no meio! Quem pode ser? Será que é do trabalho? Mas lá só tem a Dona Amália, aquela senhora de 55 anos e a Rosinha, que é casada e também é feia que dói... mas não tinha uma estagiária nova? Acho que ele falou alguma coisa de que tinham contratado alguma estagiária nova... droga droga droga. Será que é uma dessas menininhas novinhas, que andam de minissaia pelos escritórios sorrindo pros funcionários porque não sabem fazer outra coisa?

Ai minhanossasenhora e esse relógio que não anda! Que horas eram mesmo quando ele ligou? Deixa eu ver... já se passaram 40 minutos e ele nada de chegar! Droga, droga, droga. Também vou sair. Isso, vou sair! Mas sair pra onde, se já são 9 da noite de uma sexta-feira e eu não combinei nada com ninguém. Todo mundo já deve ter programa a essa hora... Droga droga droga...

Bom, preciso me distrair até ele chegar. Não posso dar bandeira de que fiquei chateada. Ou ansiosa. Ou insegura. Droga droga droga. Vou comer. Isso, vou comer alguma coisa. Deixa eu ver... chocolate, amendoim, pipoca, refrigerante, um sanduíche... por enquanto isso dá pro gasto.

Vou ver televisão. Não, vou ligar o computador e ficar na internet. Vou ler um livro. Não, vou terminar de montar meu quebra-cabeças de 3.000 peças. Vou fazer uma faxina nessa casa. Acho que vou passar roupa. Mas que horas são hein! Puxa vida, tudo isso, já se passaram duas horas desde que ele ligou?

Ai, meu Deus, o portão tá abrindo, ele tá chegando. Vou deitar e fingir que tô dormindo. Não, que estou assistindo TV. Ou então vou dizer que trabalhei a noite inteira e nem vi a hora passar... droga droga droga...

"-Oi amor, cheguei... ué o que vc tava fazendo? Assistindo TV, lendo um livro com a luz apagada ou dormindo?"

Droga droga droga...

segunda-feira, abril 25, 2005

Isso está muito bagunçado!!!

Um casal está discutindo, terminando o relacionamento. Ela, com todo aquele tato que só as mulheres têm nesses momentos, joga na cara do fulano todo o tipo de acusações. Ele, se sentindo em desvantagem, dá uma última cartada:

"–E eu fingi todos os orgasmos!!"

Pausa para as gargalhadas. Era uma comédia. E o mecanismo da piada era trazer uma situação insólita: homem fingir que gozou? Impossível!!!

Pois não é que estava eu, pleno domingo, com a minha canequinha de mingau de farinha láctea no colo, quando leio no jornal: "Homens também fingem orgasmos". Quase tive uma síncope. Não, não foi porque eu não sabia. Sempre desconfio desses fingidos, não é novidade para mim. O problema é a divulgação.

Tá lá o mocinho, contando, com a maior alegria (parece que estou vendo a cara de prazer!!), como engana a namorada. Claro que o papo é em escala industrial, como convém a quase todos os representantes do sexo masculino:

"Gozo a primeira vez, a segunda... na terceira, eu finjo. Fecho os olhos, digo umas coisas e saio correndo para o banheiro, que é para ela não perceber que a camisinha está vazia."

Filhinho, senta aqui no colo da tia. Primeiro, parabéns por usar camisinha. Segundo, fala sério!!! Você finge na terceira? Já parou para pensar que a sua namorada pode estar fingindo desde o boa-noite? Sim, porque se até agora você não aprendeu que qualidade não tem relação com quantidade, tem algo de errado no reino da Dinamarca.

Mulher fingir orgasmo é quase um patrimônio da humanidade. Pense em quantos casamentos foram salvos, quantas assaduras foram evitadas, quantos suicídios adiados... desenvolvemos essa técnica durante séculos. Aperfeiçoamos os detalhes, os gestos, a sonoplastia. Devíamos ter patenteado... agora, Inês é morta!!

Agora, falando sério. Já chega de tanto fingimento, né? A gente já finge que vive, que trabalha, que estuda, que gosta, que respeita. Fingir que está tendo prazer é o ó do borogodó. Depois acostuma... aí é que eu quero ver!

domingo, abril 24, 2005

O ovo ou a galinha?

Alguém me responde aí, por favor, em relação aos homens...

Por que é que não enxergam que "aquela amiga" quer ser muuuuito mais do que uma amiga?

Por que é que não enxergam que sua mamãe vai fazer de tudo pra mostrar que mulher nenhuma vai ser tão boa pra ele como ela é?

Por que é que não enxergam quando aquele zé mané está te enchendo o saco, mas implicam com o gatinho que te deu uma olhada inocente?

Por que é que não enxergam quando cortamos ou tingimos o cabelo, compramos uma roupa nova ou inauguramos um novo perfume?

Por que é que não enxergam que sua amada vive em constante provação diante da sua adorada turma de amigos?

Por que é que não enxergam que seu moletom surrado e preferido não combina com o modelito jeans-sandália-top da sua querida para uma saidinha básica?

Por que é que não enxergam que o romance não acabou só porque vocês estão casados e que motel, restaurante e boite não são somente programas para solteiros?

Agora, alguém me responde aí, por favor, em relação a nós...

Por que é que sempre implicamos com alguma amiga dele?

Por que é que não conseguimos dar o braço a torcer e pedir pra sogrinha nos ensinar aquela receita que ele adora?

Por que é que ficamos indignadas quando ele demonstra ciúmes e insultadas quando ele não demonstra?

Por que é que fazemos questão de que ele note que aparamos as pontas do cabelo ou mudamos o esmalte de "branco" para "pérola"?

Por que é que inplicamos tanto com os amigos dele, se nossos amigos agem do mesmo jeito?

Por que é que nos apaixonamos pelo jeitinho "despojado" dele se vestir e depois de algum tempo começamos a achar o "despojado" muito largado e insistimos em mudá-lo?

Por que é que achamos mega-romântico um casal que curte sua casa, adora namorar na cama, assistindo filminho no DVD com pipoca e reclamamos que ele não nos leva pra sair?

Os homens são mesmo uns cegos ou nós é que estamos muito chatas?

quinta-feira, abril 14, 2005

Não vá para Nova Iorque, amor, não vá...

Sou uma mulher ou sou uma barata? Se eu considerar o pânico que sinto diante de uma barata, sou uma mulher. Se essa questão for simbólica, referindo-se a uma alegoria da dialética "coragem-covardia", sou, definitivamente, uma barata.

O que me levou a essa descoberta foi o ressurgimento de um grande amor do passado. Um peruano, com nome de judeu, que eu conheci na Alemanha, e que agora está morando na Big Apple. Depois de oito anos de ausência, um e-mail falso anunciando a morte dele em um acidente de carro e muitas lágrimas de puro sofrimento cafona, ele encontra meu telefone... e diz que passou esses últimos oito anos me procurando.

Depois as pessoas não acreditam quando eu digo que o roteirista da novela da minha vida é mexicano!!!!

Para o Ysaac já está tudo certo: ele já me perdeu uma vez, não quer me perder de novo. Eu vou morar lá. Ponto.

Depois, as pessoas me perguntam por que eu bebo...

segunda-feira, março 07, 2005

Questão de definições...

Existe algum outro dicionário por aí que eu não conheça? Algum além do seu Orélio, do seu Uáis? Só pode ser isso... que outra explicação poderia haver para as cenas que tenho vivido ultimamente? Para mim, sim sempre foi sim, não sempre foi não e mais ou menos podia ser qualquer um dos dois. Mas agora decubro que sim pode ser não, não pode ser sim e mais ou menos pode ser %$#$%¨nenhuma...

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Você encontra alguém. Você gosta desse alguém. Esse alguém demonstra interesse por você. Você e esse alguém trocam uns materiais genéticos. Você descobre que o alguém é um canalha. Fim.

Dar uma novela, não dava. Mas a dor de cotovelo é garantida.

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"_ Eu não estou namorando a fulana! Só trocamos uns beijos, convidei-a para assistir à corrida na minha casa, levei-a para passear de lancha... mas não está rolando nada!

_ E ela sabe disso?"

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segunda-feira, fevereiro 14, 2005

A eterna guerra dos sexos

O relacionamento entre o homem e a mulher é uma eterna guerra dos sexos. E é mesmo, descarada. Vivemos competindo. Em tudo. E mesmo quando não estamos nos relacionando, ainda assim, competimos. Quer ver?

Hoje eu encontrei um antigo namorado no shopping. Antigo mesmo, de uns 12 anos atrás. Namoramos um certo tempo e eu terminei com ele pra ficar com outro, pelo qual achava estar loucamente apaixonada. Tinha 19 anos na época.

Depois que me dei mal com o novo namorado, nos reencontramos e resolvemos sair de novo. Saímos, foi péssimo e ele me dispensou. Beleza, bem-feito.

Depois disso, nunca mais nos falamos. Eu o vi umas 3 ou 4 vezes durante todos esses anos, passando na rua, no shopping ou num barzinho qualquer. Não sei porque, hoje, quando o vi passando por mim, resolvi chamá-lo.

Vi que ele ficou surpreso, mas contente. Começamos a conversar. A conversa ia bem até que começamos a falar sobre nossas vidas. Ele também está casado, com um filho de sete anos. Eu estou casada pela segunda vez e sem filhos. Pronto.

Ele queria me convencer, sutilmente, de que estava melhor do que eu, porque ele tinha um filho e estava casado com a mesma mulher há sete anos. Eu tentando explicar pra ele que não era muito chegada na idéia de ser mãe, que minha vida está ótima sem crianças por perto e que o fato de ser casada pela segunda vez não fazia de mim um fracasso em termos de relacionamento.

Estávamos competindo pra ver quem estava melhor sem o outro.

De vez em quando eu escorrego e faço umas dessas... Ridículo, não?

sexta-feira, fevereiro 11, 2005

O Príncipe e a Perereca

Tudo bem, ela é feia*.

Tudo bem, ela é mais velha.

Tudo bem, a ex era elegante de chorar.

Tudo bem, ela não vai poder ser majestade.

No meio de tudo isso, recuso-me a acreditar que as pessoas que levantam bandeiras contra a supervalorização da aparência estejam achando isso tudo um absurdo. Afinal, não era isso que queríamos ver? Um amor de verdade, que vence as regras sociais e reais, que supera o tempo, que se fortalece.

Tudo bem que é meio nojento, mas até hoje ninguém quis ser o meu Tampax. Tenho que tirar o chapéu para essa mulher, apesar de achar que, para agradar "àquele" príncipe, não deve ser necessário ser uma expert... será que ela chupa umbigo pelo avesso?

Well... vou separar o meu vestido de brocado e, no dia do casamento, vou fazer um brinde em nome do amor de verdade, do dia em que o príncipe beijou a perereca. Ela continuou perereca, mas ele pensou: "Humpf, e daí?".



*Vamos combinar que ele não fica atrás...

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

Na praia, todas as bundas são... bundas

Estive na praia nas minhas férias. Mas especificamente em Cabo Frio. Linda praia. Adorei.

Aproveitei a oportunidade para fazer uma observação de campo. Não há lugar melhor para comprovar a tese da supervalorização da beleza plástica do que em uma praia, onde as pessoas andam quase peladas.

Fiquei olhando grupos de homens e de mulheres, grupos mistos, grupos indefinidos e cheguei às seguintes conclusões:

1) Nada mais democrático do que a celulite. Não escolhe idade, peso, raça, credo, cor de cabelo;

2) Vive mais feliz quem sofre de surdez seletiva. Quem dá ouvidos às críticas ferinas dos outros corre o risco de nunca conseguir entrar na praia de costas para a areia. Tem que entrar tipo caranguejo. E de canga;

3) Moda só existe na televisão e nas revistas. Na prática, vai o que dá mais conforto, dane-se se o culote fica evidente, ou se o decote não favorece seios fartos;

4) Homens, por favor, não usem sunguinhas cavadas. Sei que existem pessoas más no mundo, mas nem todas merecem esse castigo;

5) Pessoas que levam cachorros para praias muito freqüentadas deviam ser presas;

6) Agora, o mais importante:

Existem dietas mirabolantes. Exercícios puxados, novas modalidades de ginástica nas academias. Pílulas milagrosas. Cirurgias salvadoras.

Mas, na real, apenas duas "substâncias" funcionam 100%: ser feliz e amar.

Vi corpos perfeitos abraçados, como se estivessem em meio a um naufrágio, a corpos muito mal-acabados. Altos com baixos, magros com gordos, negros com brancos, lindos com feios, mais-ou-menos com mais-ou-menos... e todos estavam felizes. E muitos estavam com tesão. Por outros corpos portadores de barriguinha, estrias, celulites, culotes, flacidez...

Resumo: o pior é ter celulite no cérebro... aí, não há drenagem que resolva...

segunda-feira, janeiro 24, 2005

Traição ao quadrado...

Ela entrou na minha sala aos prantos. Com cinco anos de casada, feliz, haviam acabado de comprar um apartamento, viajaram de férias, como isso podia ter acontecido?

Ela descobriu tudo ao chegar de surpresa de uma viagem de trabalho. Foi um flagrante e tanto. Depois, pensando melhor, viu como tinha sido estúpida por tanto tempo. Tudo sempre esteve diante dos seus olhos. Ela que nunca quis ver.

Agora os dois estavam lá, viajando, divertindo-se no exterior, enquanto ela estava aqui, devastada, sem conseguir comer, dormir e até tinha sido demitida do emprego, porque não conseguia trabalhar. Só chorava.

Sabia que eles tinham se conhecido antes do seu casamento. Ela achava que eram apenas amigos. Fora isso que ele sempre dissera, que eram bons amigos.

Como ela não havia desconfiado antes? Até mesmo naquela ocasião em que ele viajara a trabalho e lá eles se encontraram "sem querer". E ele só lhe contara quando ela achou uma foto deles sentados num bar na beira da praia. Ela se lembra dele gaguejando: "Pois é, nem te contei, olha que coincidência, estávamos os dois lá a trabalho".

Burra, burra, burra, burra.

E o pior: ela estava planejando ter um filho e como seu marido tinha poucos amigos e familiares, ela até cogitara chamá-lo para ser o padrinho.

Sim, ele...

quarta-feira, janeiro 19, 2005

Pequeno Manual de Relacionamentos

(da série Definições Personalíssimas)


Eu não tomo a iniciativa. Nunca, em tempo algum, a respeito do que quer que seja. Por mais vontade que eu tenha. E sim, pago um preço por isso, mas não pretendo mudar.

Não tenho o hábito de telefonar nem para meus amigos, que dirá para o resto da humanidade.

Odeio mentiras. Posso até relevar, mas vai demorar um tempo imenso para recuperar minha confiança novamente. É que confio facilmente nas pessoas, só que deixo de confiar mais facilmente ainda.

Não me disponho a namorar com freqüência. Quando o faço, é porque estou esperando algo mais que uma mera companhia ocasional – isso, tenho com meus amigos, obrigada.

Duvido de declarações de amor que chegam rápido demais.

Não acredito em amor à primeira vista.

Não me apaixono facilmente. Aliás, quase nunca me apaixono. E detesto quando acontece.

Não estou atrás do homem-perfeito, o Mr. Big ou o príncipe encantado. Já passei dessa fase.

Não quero uma "alma gêmea". A vida seria muito chata com alguém igualzinho. Quero crescer com as diferenças.

Meus amigos existem antes de qualquer cidadão, e pretendo que continuem a existir depois. Não os troco. Que ninguém tente impor-me "escolhas".

Dinheiro não é tudo no mundo, mas um-amor-e-uma-cabana só dá certo em filmes água-com-açúcar. E olhe lá.

Sou territorial. Detesto que invadam meu espaço. Isso inclui bater na minha porta sem nem ligar antes, ou aparecer no serviço de surpresa. Essas coisas só são legais numa relação que já ultrapassou há muito o ponto inicial.

Não divido conta de motel, em hipótese alguma. Meu feminismo não vai tão longe.

Gosto demais da minha liberdade. Não aceito carona nos primeiros encontros. E também não quero ninguém de carona comigo. Desejo chegar e sair na hora em que bem entender.

Nada de "rapidinha". Se é isso que o cara pretende, que vá atrás de uma profissional.

Não quero que me levem a sério demais, porque nem eu mesma o faço. Só que, quando me der ao trabalho de falar que uma coisa ou sentimento são sérios, espero que não façam pouco caso.

Não suporto homem "pegajoso", daqueles que ligam até quando não têm assunto.

Não tenho paciência com gente ciumenta. Eu sou ciumenta. E possessiva. Mas mantenho-me sob controle e espero o mesmo.

Beleza ajuda, mas, contrariando o Poetinha, inteligência é que é fundamental.

Sim, eu sei ser romântica. Gosto do romantismo. Só que há tempo e lugar certos para ele.

domingo, janeiro 09, 2005

UM DIA NA VIDA DE LAURA

Laura acordou, após mais uma noite de balada forte. Havia chegado em casa lá pelas 5 da manhã, meio tonta, (mal) acompanhada e sem lembrar de muita coisa.

Já passava do meio-dia, sua companhia já tinha ido embora e o cheiro forte de bebida e cigarros impregnavam seu quarto, causando-lhe um forte enjôo.

Enquanto tomava um banho quente ficou pensando naquela noite, igual à muitas outras anteriores. Fazia um bom tempo que essa rotina tomara-lhe a vida. Trabalho, barzinho, balada, bebida, sexo... e tudo de novo.

Sentiu-se cansada. Queria mudar. Arrumar um namoradinho, cinema, tv, pipoca, almoço em família, essas coisas. Resolveu passar na casa da irmã mais velha durante o almoço pra conversar um pouco antes de ir trabalhar.

Chegando lá, a irmã atendeu a porta apressada, "o bebê está chorando, preciso amamentar". Há pouco mais de 2 meses Laura tinha um novo sobrinho. O mais novo de outros 3. A irmã, de licença maternidade, desdobrava-se para cuidar dos filhos e da casa, enquanto o marido trabalhava o dia todo numa repartição pública.

Sentou-se calada na mesa da cozinha enquanto ouvia a irmã. A casa, meio bagunçada, com crianças correndo por todos os lados, o almoço por fazer, a irmã, ainda meio gorducha da gravidez, amamentando o bebê e falando ao telefone com o síndico do prédio sobre um vazamento no teto do banheiro.

O cunhado, ao chegar para o almoço, deu, como sempre, aquela "checada" em Laura, de cima abaixo. Sempre achara o cunhado meio cafa, mas sua irmã o amava...paciência.

Depois que o bebê dormiu, as crianças comeram e se acalmaram e o cunhado voltara para o trabalho, Laura e a irmã se sentaram para conversar. "Você é que tem sorte", disse a irmã. "Não tem preocupações, família, filhos, horários. Aproveita essa tua vida de solteira, depois é só declínio".

Perguntou se a irmã era feliz. "Ué... sou né?". Notou o tom de desespero na voz. Se despediu sem dizer o que realmente queria e foi trabalhar.

Durante o caminho o celular tocou. Era a turma da balada, armando mais uma noite como as outras. Ficou olhando fixamente para o visor do celular, pensando...

Por fim, atendeu...

sexta-feira, janeiro 07, 2005

Tá bom, tá bom!

Sumida, sim. Não tenho como negar.

E, quando resolvo aparecer, nem é para escrever, realmente. Acontece que achei um texto fantástico, dia desses, da Ticcia, a megera. Cliquem aqui e confiram.

Prometo voltar com textos próprios em breve. Promessa-de-ano-novo, tá?

quarta-feira, janeiro 05, 2005

AINDA VIVAS

Sim, ainda vivas. Embora ausentes por um breve período, as escritoras desse blog ainda vivem.

Devemos explicações, sabemos. E as daremos, em breve.

As moçoilas andaram se dispersando, como podem notar. Poucos posts. Muito sumiço.

Uma se jogou na vida boêmia, na noite brasiliense, hábitos desregrados, mesmo insistindo em dizer que não.

A outra recebeu a irmã que veio de férias das "uropa", esqueceu das amigas, foi pro Rio de Janeiro ficar neguinha e não quer saber de outra vida.

E por fim, a terceira, que se casou recentemente, só quis saber da lua-de-mel com o marido, praia, camarão, mergulho e esqueceu até como se liga um computador.

Mas essa bagunça vai ter fim. Ah, vai mesmo! Vou colocar ordem nesse cortiço debaixo de "peia", vocês vão ver.

Me aguardem, que a mulher voltou do Sul braba que só...