segunda-feira, julho 18, 2005

O Império dos Sentidos

Você pode achar que o que escreverei aqui prova que sou superficial, ou seja-lá-o-que-for. Não é verdade. Valorizo o conteúdo acima de tudo – seja de um livro, um cedê, um blógui ou, principalmente, uma pessoa.

Acontece que, gostando ou não, sou sensorial ao extremo. Dizem que é do signo. Como primeiro com os olhos. Vejo sons. Ouço cheiros.

Isso se aplica ao que espero dos homens. Claro – senão, por que teria começado esse assunto aqui no blógui?

Para despertar minha atenção, primeiro o sujeito tem que despertar meus sentidos. Para manter-me interessada no relacionamento, precisa redespertá-los sempre. Como? Vamos lá.

Visão
Os gays não são todos bonitos, como a gente diz às vezes, no auge da frustração. Acontece que a maior parte deles tem bom gosto e sabe se arrumar. A primeira impressão que passamos às pessoas é a nossa imagem. Tudo bem, julgar alguém pela aparência pode ser futilidade, preocupar-se exageradamente com a aparência pode resultar em neurose. Agora, saber usar a roupa certa na ocasião apropriada denota cuidado, fazer a barba (ou cultivá-la com esmero), pentear os cabelos e outros pequenos cuidados fazem a diferença entre uma figura desleixada e um homem digno de uma segunda olhadela.

Audição
Não precisa saber cantar, ou ter voz de radialista (se bem que, se tiver tais predicados, melhor ainda). Aqui, refiro-me ao papo mesmo. Gosto de ouvir um homem inteligente, bem-humorado, crítico, até sarcástico. Fujo do pedantismo, da arrogância, das piadas fora de hora.
Falar “entre quatro paredes” (se é que vocês me entendem) também pode ser muito, muito interessante.

Olfato
Homem tem que ser cheiroso. Não estou falando de “cheiro de macho” (ainda que reconheça a importância dos feromônios), mas de perfume, mesmo. Nada como um homem com aquele cheirinho de colônia pós-barba, ou perfumado na medida certa. Porque, se dizem que tudo que é excessivo enjoa, no caso de perfumes essa regra vale ao pé da letra.
É claro que o hálito também merece atenção. Especialmente porque também diz respeito ao sentido seguinte.

Paladar
Você fuma? Se sua companhia não gosta de cigarro, uma balinha antes do encontro cai bem. Também acho desagradável beijar alguém com gosto de cerveja, se eu não bebi. Especialmente se faz hoooras que o cara bebeu e aquele gosto de cerveja choca está lá, impregnado. Gosto de cabo-de-guarda-chuva, então, é o fim da picada.
Se nem sempre é possível escovar os dentes, lembre-se: halls existe. Para casos mais graves, há uns aromatizadores de hálito ótimos e baratinhos, disponíveis em qualquer farmácia.

Tato
Tem o toque das roupas. Tecidos macios favorecem o carinho.
Lábios hidratados caem bem. Cabelos bem cuidados, também. Mãos que não lembrem lixa de unha e barba que não arranhe são mais que recomendáveis.
Acima de tudo, porém, encontra-se a tal “química”. Aquela “coisa de pele”, sabe? A corrente elétrica que vai de um corpo a outro ao menor contato.
Se não houver essa química entre o casal, não valem de nada os esforços e preocupações que o homem possa ter com os outros sentidos.
Por outro lado, mesmo que o sujeito seja um relaxado, pode despertar a tal eletricidade.

Se bem que, no meu caso, essa possibilidade é um tanto remota.

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