quarta-feira, janeiro 19, 2005

Pequeno Manual de Relacionamentos

(da série Definições Personalíssimas)


Eu não tomo a iniciativa. Nunca, em tempo algum, a respeito do que quer que seja. Por mais vontade que eu tenha. E sim, pago um preço por isso, mas não pretendo mudar.

Não tenho o hábito de telefonar nem para meus amigos, que dirá para o resto da humanidade.

Odeio mentiras. Posso até relevar, mas vai demorar um tempo imenso para recuperar minha confiança novamente. É que confio facilmente nas pessoas, só que deixo de confiar mais facilmente ainda.

Não me disponho a namorar com freqüência. Quando o faço, é porque estou esperando algo mais que uma mera companhia ocasional – isso, tenho com meus amigos, obrigada.

Duvido de declarações de amor que chegam rápido demais.

Não acredito em amor à primeira vista.

Não me apaixono facilmente. Aliás, quase nunca me apaixono. E detesto quando acontece.

Não estou atrás do homem-perfeito, o Mr. Big ou o príncipe encantado. Já passei dessa fase.

Não quero uma "alma gêmea". A vida seria muito chata com alguém igualzinho. Quero crescer com as diferenças.

Meus amigos existem antes de qualquer cidadão, e pretendo que continuem a existir depois. Não os troco. Que ninguém tente impor-me "escolhas".

Dinheiro não é tudo no mundo, mas um-amor-e-uma-cabana só dá certo em filmes água-com-açúcar. E olhe lá.

Sou territorial. Detesto que invadam meu espaço. Isso inclui bater na minha porta sem nem ligar antes, ou aparecer no serviço de surpresa. Essas coisas só são legais numa relação que já ultrapassou há muito o ponto inicial.

Não divido conta de motel, em hipótese alguma. Meu feminismo não vai tão longe.

Gosto demais da minha liberdade. Não aceito carona nos primeiros encontros. E também não quero ninguém de carona comigo. Desejo chegar e sair na hora em que bem entender.

Nada de "rapidinha". Se é isso que o cara pretende, que vá atrás de uma profissional.

Não quero que me levem a sério demais, porque nem eu mesma o faço. Só que, quando me der ao trabalho de falar que uma coisa ou sentimento são sérios, espero que não façam pouco caso.

Não suporto homem "pegajoso", daqueles que ligam até quando não têm assunto.

Não tenho paciência com gente ciumenta. Eu sou ciumenta. E possessiva. Mas mantenho-me sob controle e espero o mesmo.

Beleza ajuda, mas, contrariando o Poetinha, inteligência é que é fundamental.

Sim, eu sei ser romântica. Gosto do romantismo. Só que há tempo e lugar certos para ele.

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