sábado, abril 30, 2005

Droga droga droga...

Aí você recebe o seguinte telefonema:

"-Amor, olha, tô saindo do trabalho agora mas não vou pra casa. O pessoal tá fazendo uma pressão aqui e eu vou ali tomar alguma coisa com eles, tá? Não demoro. Beijo."

Você nem tem tempo pra reagir. Diz que "ãh, sim" ou então "claro, claro querido...", mas no fundo, um turbilhão de coisas invade a cachola, que começa a funcionar e nem sempre funciona muito bem...

Como assim, vai sair com o pessoal? E nem me chamou? E que pressão é essa que o pessoal tá fazendo? E pra onde eles vão? Será que ele vai demorar muito?

Se ele não me chamou é porque não queria a minha companhia. Puxa vida, ele não gosta mais da minha companhia. Então é porque o relacionamento está esfriando, claro, se ele não gosta mais de sair comigo! Ou então ele tem vergonha de mim e não quer que eu saia com os amigos dele. Ou pior! Se eu não posso ir nessa saída é porque tem mulher no meio! Claro! Os amigos fazendo pressão, eu não posso ir, na certa tem mulher no meio! Quem pode ser? Será que é do trabalho? Mas lá só tem a Dona Amália, aquela senhora de 55 anos e a Rosinha, que é casada e também é feia que dói... mas não tinha uma estagiária nova? Acho que ele falou alguma coisa de que tinham contratado alguma estagiária nova... droga droga droga. Será que é uma dessas menininhas novinhas, que andam de minissaia pelos escritórios sorrindo pros funcionários porque não sabem fazer outra coisa?

Ai minhanossasenhora e esse relógio que não anda! Que horas eram mesmo quando ele ligou? Deixa eu ver... já se passaram 40 minutos e ele nada de chegar! Droga, droga, droga. Também vou sair. Isso, vou sair! Mas sair pra onde, se já são 9 da noite de uma sexta-feira e eu não combinei nada com ninguém. Todo mundo já deve ter programa a essa hora... Droga droga droga...

Bom, preciso me distrair até ele chegar. Não posso dar bandeira de que fiquei chateada. Ou ansiosa. Ou insegura. Droga droga droga. Vou comer. Isso, vou comer alguma coisa. Deixa eu ver... chocolate, amendoim, pipoca, refrigerante, um sanduíche... por enquanto isso dá pro gasto.

Vou ver televisão. Não, vou ligar o computador e ficar na internet. Vou ler um livro. Não, vou terminar de montar meu quebra-cabeças de 3.000 peças. Vou fazer uma faxina nessa casa. Acho que vou passar roupa. Mas que horas são hein! Puxa vida, tudo isso, já se passaram duas horas desde que ele ligou?

Ai, meu Deus, o portão tá abrindo, ele tá chegando. Vou deitar e fingir que tô dormindo. Não, que estou assistindo TV. Ou então vou dizer que trabalhei a noite inteira e nem vi a hora passar... droga droga droga...

"-Oi amor, cheguei... ué o que vc tava fazendo? Assistindo TV, lendo um livro com a luz apagada ou dormindo?"

Droga droga droga...

segunda-feira, abril 25, 2005

Isso está muito bagunçado!!!

Um casal está discutindo, terminando o relacionamento. Ela, com todo aquele tato que só as mulheres têm nesses momentos, joga na cara do fulano todo o tipo de acusações. Ele, se sentindo em desvantagem, dá uma última cartada:

"–E eu fingi todos os orgasmos!!"

Pausa para as gargalhadas. Era uma comédia. E o mecanismo da piada era trazer uma situação insólita: homem fingir que gozou? Impossível!!!

Pois não é que estava eu, pleno domingo, com a minha canequinha de mingau de farinha láctea no colo, quando leio no jornal: "Homens também fingem orgasmos". Quase tive uma síncope. Não, não foi porque eu não sabia. Sempre desconfio desses fingidos, não é novidade para mim. O problema é a divulgação.

Tá lá o mocinho, contando, com a maior alegria (parece que estou vendo a cara de prazer!!), como engana a namorada. Claro que o papo é em escala industrial, como convém a quase todos os representantes do sexo masculino:

"Gozo a primeira vez, a segunda... na terceira, eu finjo. Fecho os olhos, digo umas coisas e saio correndo para o banheiro, que é para ela não perceber que a camisinha está vazia."

Filhinho, senta aqui no colo da tia. Primeiro, parabéns por usar camisinha. Segundo, fala sério!!! Você finge na terceira? Já parou para pensar que a sua namorada pode estar fingindo desde o boa-noite? Sim, porque se até agora você não aprendeu que qualidade não tem relação com quantidade, tem algo de errado no reino da Dinamarca.

Mulher fingir orgasmo é quase um patrimônio da humanidade. Pense em quantos casamentos foram salvos, quantas assaduras foram evitadas, quantos suicídios adiados... desenvolvemos essa técnica durante séculos. Aperfeiçoamos os detalhes, os gestos, a sonoplastia. Devíamos ter patenteado... agora, Inês é morta!!

Agora, falando sério. Já chega de tanto fingimento, né? A gente já finge que vive, que trabalha, que estuda, que gosta, que respeita. Fingir que está tendo prazer é o ó do borogodó. Depois acostuma... aí é que eu quero ver!

domingo, abril 24, 2005

O ovo ou a galinha?

Alguém me responde aí, por favor, em relação aos homens...

Por que é que não enxergam que "aquela amiga" quer ser muuuuito mais do que uma amiga?

Por que é que não enxergam que sua mamãe vai fazer de tudo pra mostrar que mulher nenhuma vai ser tão boa pra ele como ela é?

Por que é que não enxergam quando aquele zé mané está te enchendo o saco, mas implicam com o gatinho que te deu uma olhada inocente?

Por que é que não enxergam quando cortamos ou tingimos o cabelo, compramos uma roupa nova ou inauguramos um novo perfume?

Por que é que não enxergam que sua amada vive em constante provação diante da sua adorada turma de amigos?

Por que é que não enxergam que seu moletom surrado e preferido não combina com o modelito jeans-sandália-top da sua querida para uma saidinha básica?

Por que é que não enxergam que o romance não acabou só porque vocês estão casados e que motel, restaurante e boite não são somente programas para solteiros?

Agora, alguém me responde aí, por favor, em relação a nós...

Por que é que sempre implicamos com alguma amiga dele?

Por que é que não conseguimos dar o braço a torcer e pedir pra sogrinha nos ensinar aquela receita que ele adora?

Por que é que ficamos indignadas quando ele demonstra ciúmes e insultadas quando ele não demonstra?

Por que é que fazemos questão de que ele note que aparamos as pontas do cabelo ou mudamos o esmalte de "branco" para "pérola"?

Por que é que inplicamos tanto com os amigos dele, se nossos amigos agem do mesmo jeito?

Por que é que nos apaixonamos pelo jeitinho "despojado" dele se vestir e depois de algum tempo começamos a achar o "despojado" muito largado e insistimos em mudá-lo?

Por que é que achamos mega-romântico um casal que curte sua casa, adora namorar na cama, assistindo filminho no DVD com pipoca e reclamamos que ele não nos leva pra sair?

Os homens são mesmo uns cegos ou nós é que estamos muito chatas?

quinta-feira, abril 14, 2005

Não vá para Nova Iorque, amor, não vá...

Sou uma mulher ou sou uma barata? Se eu considerar o pânico que sinto diante de uma barata, sou uma mulher. Se essa questão for simbólica, referindo-se a uma alegoria da dialética "coragem-covardia", sou, definitivamente, uma barata.

O que me levou a essa descoberta foi o ressurgimento de um grande amor do passado. Um peruano, com nome de judeu, que eu conheci na Alemanha, e que agora está morando na Big Apple. Depois de oito anos de ausência, um e-mail falso anunciando a morte dele em um acidente de carro e muitas lágrimas de puro sofrimento cafona, ele encontra meu telefone... e diz que passou esses últimos oito anos me procurando.

Depois as pessoas não acreditam quando eu digo que o roteirista da novela da minha vida é mexicano!!!!

Para o Ysaac já está tudo certo: ele já me perdeu uma vez, não quer me perder de novo. Eu vou morar lá. Ponto.

Depois, as pessoas me perguntam por que eu bebo...