terça-feira, dezembro 07, 2004

Ai, ai... que me perdoem os mais modernos, os de vanguarda, mas bons tempos aqueles em que nós mulheres só recebíamos as seguintes denominações em termos de relacionamento com alguém do sexo oposto (ou não):
a) namorada;
b) noiva;
c) esposa;
d) irmã;
e) paquera;
f) caso;
g) amante;
h) amizade colorida;
i) destruidora de lares;
j) arruinadora de futuros;
k) pistoleira;
l) etc;
m) etc;
n) etc.
Eis que, um dia, um desocupado qualquer, que com certeza não precisava depilar a perna, nem tirar a sobrancelha ou retocar as raízes, criou o famigerado termo “amiga”. É claro que já éramos amigas de alguns homens, mas não é a essa amiga que eu estou me referindo. É àquela “amiga”, que normalmente vem acompanhada de um levantar de sobrancelhas e de um mudar de assunto imediatamente:
– Fulano, essa aqui é a Sicrana, minha... amiga! (Esqueci que tem também a pausa antes da palavra, como uma expectativa de levar um soco...)

Vamos rever o caso:

Você sai com o tipo umas cinco vezes seguidas... e é amiga;
Você diz para os seus amigos que conheceu alguém especial... e esse alguém chama você de amiga na frente de todo mundo;
Você troca com o tipo beijos que equivaleriam a uma videolaringoscopia, na presença de um monte de gente... mas é só amiga;
Se você não atende aos telefonemas do tipo, ele se acha no direito de fazer um interrogatório completo... e você continua sendo só amiga;
Sua mãe vê você chegando em casa, de madrugada, meio torta, com a roupa amassada e o batom borrado... e você tem que dizer que estava cumprindo seu papel de amiga;
Você faz todas as posições do Kama Sutra que são possíveis, correndo o risco de distender um músculo, claro que na companhia do tipo... mas isso toda amiga faz.

Resumindo a ópera: estou lançando a campanha
AMIGA É A PQP!!!
E PNC para todos os homens que insistem em ter “amigas”!
*Antes que algum homem venha dizer que é uma relação de mão dupla, vou logo avisando que estou falando de uma situação específica... não se façam de samambaias!

sexta-feira, novembro 26, 2004

Vai caiiiirrrr...

É fato que existe um problema de comunicação entre homens e mulheres. Mas quero contribuir com uma nova teoria sobre o assunto. O ó do borogodó é que a comunicação existe, sim, mas falha nos momentos mais importantes. É como se estivéssemos falando ao celular e nossa vida estivesse cheia de túneis. Ou, como acontece com muita freqüência, fingimos que estamos entrando em um túnel só para poder interromper a ligação...

– Jorge Augusto, eu vou embora!
– Hãnhãn...
– Jorge Augusto, você escutou o que eu disse? Eu já vou!
– Hãnhãn...
– Para sempre, Jorge Augusto, não volto mais...
– Hãnhãn...
– Estou levando minha mala. E não vou para a casa da mamãe. Não digo para onde vou.
– Hãnhãn...
– Já estou no meio da sala, Jorge Augusto. Você vai continuar olhando para a televisão?
– Hãnhãn...
– Minha mão já está na maçaneta, Jorge Augusto. Já dei a primeira volta na chave...
– Hãnhãn...
– Já abri a porta, Jorge Augusto. Se eu colocar um pé para fora deste apartamento, não volto mais...
– Hãnhãn...
– Jorge Augusto, você está me ouvindo?
– Hãnhãn...
– Tudo bem, já foi um pé. Se eu colocar o outro, aí acabou!
– Hãnhãn...
– A-C-A-B-O-U, Jorge Augusto, do verbo "não existe mais", pretérito, passado...
– Hãnhãn...
– Você sempre foi fraco em português, né? Como eu vou explicar isso para as minhas amigas? "Meu casamento acabou, fulana, porque o meu marido não sabe interpretar os meus textos..." Que absurdo, Jorge Augusto!
– Hãnhãn...
– Tchau, adios, bye...
– Hãnhãn...

Barulho da porta fechando

Porta abrindo devagar

– Falou alguma coisa, Jorge Augusto?
– Ãhn?
– Quer conversar, discutir a relação?
– Posso pedir uma coisa?
– Claro...
– Traz pão quando você voltar?

Estrondo da porta batendo.

Porta abrindo.

– Francês?
– Hãnhãn...

quinta-feira, novembro 18, 2004

Nada é como deveria ser

Você é uma mulher de 29 anos. Bonita, simpática, não tem uma inteligência lá muito acima da média, mas dá pro gasto. Formada, mora sozinha, tem um cargo público e um salário excelente. Tem grana pra gastar e gosta de balada.

Ele é um menino ainda. 21 anos, bonito, engraçado, cheio da lábia. É de uma família boa mas faz uma faculdade tabajara, só pros pais não encherem o saco. Playboy, gosta de coisas caras, mas trabalha de estagiário pra descolar o do chopinho de fim de semana. Filhinho de mamãe e está de olho em você.

Vocês ficam. Foi bom. Ficam de novo. Começam a namorar. As amigas já estranham pela diferença de idade. Além disso, é um moleque, não trabalha, nem sabe o que quer da vida. Você nem aí. Apaixonou-se.

Isso aconteceu há 6 anos atrás. Hoje vocês continuam namorando.

Tiveram uma linda filha. E continuam namorando.

Fizeram 6 anos juntos. E continuam namorando.

Ele vive dormindo na sua casa. E continuam namorando.

Ele já se formou na faculdade e trabalha com o pai, já estabelecido no mercado. E continuam namorando.

Ele já te chifrou e você sabe disso. E continuam namorando.

Você ganha muuuito melhor do que ele e sustenta seus luxos, viagens de férias e presentes. E continuam namorando.

Você está com 35 anos. Ele com 27. E continuam namorando.

Ele não gosta mais de balada, manda você calar a boca e te chama de burra na frente dos amigos. E continuam namorando.

A mãe dele acha que manda em você. E continuam namorando.

Todo mundo fala que ele não te ama, só te usa. E continuam namorando.

...

Falei lá em cima que sua inteligência não é lá muito acima da média?

Enganei-me... Não há vida inteligente dentro desse seu corpo...


P.S.: Como todas as que conto aqui, essa é mais uma história verídica...

sexta-feira, novembro 12, 2004

Um golpe de mestre

Eu gosto de compartilhar essa passagem da minha vida porque é uma chance que tenho de ser didática. Presta bem atenção, e depois me conta se anta não tem mais é que pastar mesmo...

A historinha é sobre um triângulo amoroso e odioso. E sobre a engenhosidade de um "figura".

Eles namoravam. Eu cheguei depois ao contexto. E eles pararam de namorar. Aí, eu e ele namoramos. Mas ela era ciumenta, daquelas barraqueiras mesmo, sacumé? E eu vivi dias de personagem de Nelson Rodrigues, sendo chamada de "bonita" para baixo. Ela me colocou em cada situação... ia para o meu prédio e ficava gritando coisas lindas para mim. Colocava faixas na entrada da quadra com o meu nome e o meu telefone, anunciando programa. Enfim, tornava a minha vida um carrossel de emoções...

Um dia, o meu namoro acabou. E eu ouvi alguém dizer que, depois de uns meses, eles estavam juntos de novo. Aí é que eu comecei a descobrir que sou um fracasso como mulher vingativa. Pensei: "Vou atormentar a perua um pouquinho". E, sabendo que ele ainda tinha uma queda por mim, fui procurá-lo. Fiquei me achando a última coca-cola do deserto, a última folha da alcachofra. Meu ódio será tua herança... minha vingança se concretizou... hehehehe...

But, como eu disse no início, anta tem mais é que pastar. O buraco era mais embaixo. Olha só a capacidade do mancebo: ele ficava comigo e dizia que estava namorando a outra. Eu, para me vingar, metia o chifre na mocinha. Só que ele dizia a mesma coisa para ela. E ela ficava feliz por me enganar. Se eu o visse com ela, beleza, eles eram namorados. Se ela o visse comigo, dava um jeito de se esconder, porque ela era a outra... e, quando ele não queria ficar com nenhuma das duas, inventava uma mentira e ficava com uma terceira...

Tudo bem, mentir não é bonito. Mas eu tiro o chapéu para ele.

quinta-feira, novembro 11, 2004

História Feliz

Eles se conheciam desde pequenos. Eram primos de algum grau por aí. Começaram a namorar com 15 anos. Toda a família aprovava o belo casalzinho. Fizeram 18 anos e todo mundo já perguntava pelo casamento. Ele, animadíssimo. Ela, nem tanto.

Ele queria uma esposa, 5 filhos, uma casa grande e um cachorro. Ela queria estudar, viajar, conhecer o mundo e curtir a vida.

Ela não sabia o que fazer. Um belo dia parou num orelhão de um shopping e ligou pra uma outra prima, amiga e confidente.

ELA: " - Ai Ana, não sei mais o que fazer..."

A PRIMA: " - Sobre?..."

ELA: " - Sobre o Mário. Eu gosto dele mas..."

De repende ela ouve uma batidinha na porta da cabine telefônica.

ELA: " - Peraí! Já tô terminando! Que pessoal apressado... Mas então, Ana, eu gosto do Mário, mas é que..."

Outra batidinha na porta da cabine.

ELA: " - Já vou! Já vou! Que coisa!"

A PRIMA - " - Mas é o que Alice?"

ELA: " - É que eu não quero casar com ele de jeito nenhum!"

Outra batida insistente na cabine.

ELA: " - Mas que coisa!!!! Quer ter paciência caramba!"

Quando ela se vira pra brigar com o insistente que não pára de bater na cabine... qual não é a sua surpresa quando vê Mário, parado do lado de fora, os ombros caídos e o semblante triste.

MÁRIO : " - Tudo bem Alice, eu já ouvi tudo, sem querer..."

Depois daquele dia, terminaram o namoro e cada um seguiu pro seu lado. Ela foi viajar. Ele também. Ela foi estudar. Ele também. Seis anos depois ela voltou para o Brasil. Ele estava por aqui.

Reencontraram-se numa reunião da igreja. Saíram depois para conversar. Ela viajara o mundo. Curtira a vida. Ele estudara bastante, crescera muito. Os pais dos dois fizeram gosto no encontro. A família já fazia planos para os dois.

E não é que deu certo mesmo?

Hoje são sócios na mesma empresa. Casados há 18 anos. Cinco filhos. Um cachorro. Uma casa enorme.

E são muito felizes.

* E essa história é verídica. Eu sei porque eu também faço parte dessa família...

terça-feira, outubro 26, 2004

Não entendo...

Vou falar de um cara. Ele é um dos meus melhores amigos. Há anos. Nos adoramos, passamos mil coisas juntos e eu tenho um carinho muito especial por ele.

À primeira vista ele é um partidão. Bonitão, charmoso, voz de locutor, rico, inteligente, engraçado, estabilizado profissionalmente, educado, aliás, um gentleman.

Digo que ele é um partidão à primeira vista porque tem um probleminha, ou melhor, dois probleminhas.

Em primeiro lugar ele é a encarnação do protótipo de um perfeito cafajeste.

Sabe aquele cara que conhece a garota, leva pro cinema, é todo educado, leva pra jantar, é todo respeitador. Cortejos, flores, luz do luar, cartões românticos, telefonemas inesperados. Durante uma semana ele é tudo isso e mais. Mas basta a garota abrir a guarda, ou melhor, basta a garota dar pra ele, que no dia seguinte ele some do mapa. Literalmente!

Telefones desligados, nunca está em casa, até licença do trabalho ele é capaz de tirar. Os amigos, que já conhecem de cor a história, muitas vezes acabam levando a sobra dos esporros das vítimas. Estamos até acostumados. E adianta falar? Adianta brigar? Adianta nada... Até eu já perdi duas amigas por conta disso. E geralmente são garotas bacanas, que você adoraria ter na sua turma.

Uma vez ele chegou ao cúmulo de inventar pra uma garota que ia ser transferido de Brasília e que nunca mais ia voltar à cidade, só pra convencer a menina de sair com ele. A guria era casada. Sabe aquela história de “despedida”, “uma última vez”, “nunca teremos essa chance novamente” e tal? E não é que colou? Imagina então a cara da guria quando soube que ele não foi embora e continua por aqui aprontando todas?

O outro problema é que ele de vez em quando namora. Até aí tudo bem. Mas em vez dele utilizar o mesmo bom gosto que ele tem quando escolhe uma vítima pra sacanear, ele é muito baixaria na escolha das namoradas. Geralmente a moça tem que ser loira. Loira tingida, nada de loira natural. Tem que ser do tipo gostosona. Não precisa ser necessariamente bonita, mas tem que ter um requisito essencial: TEM que ter cara e jeito de puta.

Ninguém até hoje o entende. Ele fica com mulheres bonitas, inteligentes, legais, mas sacaneia todas. Agora, pra namorar e apresentar pra turma ele tem uma predileção por mulheres vulgares, que não sabem se comportar ou mesmo se vestir normalmente que parece mais uma tara. Ele fica hipnotizado e torce o pescoço no meio da rua pra ver uma dessas passar. E se, no caso, ela for realmente uma “profissional assumida”, vocês acham que ele se faz de rogado? Que nada, ele paga com prazer!

Vai entender os homens...

quarta-feira, outubro 20, 2004

Mito 2

Não vou discutir conceito filosóficos, fisiológicos, antropológicos, sociais, neuróticos e afins. Nem vou particularizar, entrar em exceções. Vou falar do grosso (uepa!), mesmo.

Mulheres são delicadas. O universo feminino é feito de coisas delicadas. Sedas, espumas, brilhos, perfumes. Tudo lembra suavidade...

Mas o equilíbrio é o caminho. E, como diria Rita Lee, no fim, tudo vira bosta. É claro que temos um lado abajour-lilás-com-franjas-de-miçangas, mas um pouco de rudeza, no momento certo, não mata ninguém. Muito ao contrário.

Eu sou baixinha. Agora, que resolvi encarar o meu PD (Plano Deusa) de maneira séria e responsável, estou cada vez menor. Existe menos de mim no mundo. Passo essa idéia de delicadeza, de meiguice (passo outras idéias, também, mas essas estão fora do contexto). Aí, os homens acham que eu sou feita de porcelana. Que não podem me tocar com mais força, que eu quebro. Acham também que eu não sei falar. Que eu não sei escolher vinho, que eu não sei escolher um prato no restaurante, que o garçom não vai entender o meu dialeto de mulherzinha. Que eu não sei trocar pneu de carro, que, ao menor sinal de pânico, eu devo ligar para o cavalheiro da vez. Este tirará seu cavalo branco da garagem, desembainhará sua espada e virá resgatar a donzela (kkkkk) em perigo.

Façamos um teste: pergunte para a mulher mais próxima qual é a fantasia sexual dela. Se alguma disser que se imagina em uma torre, vestindo aquelas roupas medievais, de tranças no cabelo, recebendo a visita de um príncipe almofadinha, cheirando a talco, com laquê no cabelo e com as unhas feitas, prende. Prende e manda para estudo. Desculpem, amigas, mas não é normal...

Tem príncipe no Clube das Mulheres? Nunca vi. Já vi bombeiro, índio, dom juan, zorro. O único british man que eu vejo arrancando suspiros é o Hugh Grant. Os outros têm aquele ar de bibelô de penteadeira de vó.

Conclusão: nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Sabe aquele ditado da &%$* na cama e da dama na sociedade? Vale o equivalente masculino: podem ser bibelôs por alguns minutos, em algumas situações. Mas, por favor, a etiqueta da cama desaconselha o uso de determinadas palavras. Princesa, por exemplo...

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O TEXTO ACIMA EXPRESSA A OPINIÃO DA AUTORA. O BLOG NÃO NECESSARIAMENTE COMPACTUA COM AS IDÉIAS EXPRESSAS.

terça-feira, outubro 19, 2004

BOMBA

Nada contra músculos. Pelo contrário, todo mundo gosta de olhar pra um corpitcho sarado e talz. Nada de músculos em excesso. O exagero é feio.

Uma vez namorei um cara marombeiro. Professor de musculação, tinha um corpo bem sarado e musculoso. Só pensava em malhar. Estudar, ler, assistir a um noticiário, uma peça de teatro, nem pensar. E mais: pra ajudar a musculatura a ganhar volume ele tomava bomba. Que merda.

Era daqueles que chamavam atenção na rua, desfilando com roupas justas, camisetas baby look, depilava o peito, todo vaidoso. Nada demais até aí.

O primeiro problema é que ele era meio burro. Limitado, sabe? Conhecimentos gerais: zero. Ficava deslocado com minha turma de amigos. E com a turma dele o assunto era só malhação. O outro problema é que quanto mais ele tomava bomba, menos ele dava no couro.

Quando você não está planejando casar com o cara, passar o resto da sua vida com ele, ou mesmo entabular longos papos-cabeça, um gostosão é um bom passatempo. Mas tem que dar no couro, pelo menos.

Experiência própria garotas, quanto mais bomba o rapaz tomava, mais ele deixava a desejar na cama. Desempenho "sequiçual" fraquérrimo... e depois reinava um constrangedor silêncio, já que assunto não existia.

O namoro dançou, claro. E eu nunca mais olhei pra outro marombeiro.

Conselho aos rapazes: seus músculos à base de "bombas" podem até funcionar na rua, mas entre quatro paredes seu principal músculo vai ser um fiasco... Então decidam: se forem malhar os músculos à base de bomba, malhem um pouquinho o cérebro também. Ou vão oferecer o que à mulherada?

terça-feira, outubro 05, 2004

História triste

Há muito tempo eu tive uma amiga muito querida. Ela veio de Petrópolis pra Brasília e não conhecia ninguém. Sua família veio transferida porque seu pai era responsável pela rede elétrica da parte nova do Parkshopping. Nos conhecemos no último ano do 2º grau. Ficamos grudadas.

Ela era tímida, quieta e muito, mas muito estudiosa. Eu era bagunceira, faladeira, mas tinha meu lado CDF. Eu prestaria vestibular para Comunicação e Relações Internacionais. Ela para medicina. Era a sua paixão. Sonhava em ser médica desde pequena. Seu pai lhe dizia que tinha dedos longos, bons para operar. Não vivia para outra coisa.

Prestamos o vestibular. Eu passei e ela não. Ela continuava estudando muito, fazendo cursinho, perseguindo seu sonho. Tentou o vestibular outras vezes e nada. Mas nunca pensou em desistir. Até que um dia ela conheceu um cara.

Ele era paulista, alto, loiro, olhos claros e bem bonito. Veio transferido pra cá pra trabalhar junto com o pai dela e também não conhecia ninguém aqui. Nada mais normal do que começar a frequentar a casa da moça. Daí para o namoro, foi um pulo. Em pouco tempo começaram a fazer planos de se casarem.

Só não me perguntem o porquê, mas eu nunca fui com a cara do sujeito. Podia ser ciúme, já que ela começou a passar muito mais tempo com ele do que comigo. Ou porque ele começou a não querer que ela saísse sem ele. Ou só comigo. Ou porque depois ele começou a proibir, sim PROIBIR as saídas dela, controlando até mesmo o horário que ela chegava do cursinho ou da academia.

Aliás, academia, nem pensar. Nada de ficar desfilando e suando para um bando de marombeiros. Cursinho pra que? Pensando bem, que história é essa de vestibular pra medicina? Ele queria uma esposa em casa, que cuidasse dele e dos filhos que iriam ter, por isso, nada de medicina, nada de hospitais e plantões de madrugada, fora do alcance de sua vigilância. Eu achando aquilo o maior dos absurdos.

Foi quando ela mudou. Desistiu das saídas. Desistiu dos poucos amigos. Desistiu da academia. Desistiu do cursinho. Desistiu do vestibular pra medicina. Matriculou-se num curso particular de técnico em enfermagem. Vivia para ele. Agora mais do que nunca eu continuava nutrindo uma antipatia gigantesca contra ele.

Ela engravidou. Casaram-se aqui em Brasília. Parecia um conto de fadas. Ela era linda, ele era lindo, as famílias dos dois eram lindas e de boa procedência. O casamento foi lindo. Foram embora de Brasília. Foram morar na cidade dele em São Paulo.

Na despedida vi que minha amiga não estava feliz. Mas vi também que ela queria muito tentar. Queria dizer a ela que estava tentando da maneira errada, que ela não precisava se anular pra ser feliz. Queria contar pra ela como eu me sentia em relação ao seu marido. Mas não disse nada. Ela também não. Senti que naquele instante estava dizendo adeus pra minha amiga, pra sempre. Ela também sentiu.

Meses se passaram sem notícias, o que eu já esperava. Acabava sabendo das coisas através de uma amiga da mãe dela que morava aqui. Fiquei sabendo do nascimento do bebê, um menino. Saudável e lindo. Fiquei sabendo que minha amiga era a própria esposa dedicada e dona de casa esmerada. Não trabalhava, não estudava. Nada. Eu ficava revoltada. Mas segundo as notícias ela parecia feliz.

Dois meses depois do nascimento do bebê, outra notícia. Minha amiga fugiu com os pais para o interior do sul do país. Fugia do marido. Depois da segunda surra que ele havia dado nela, quebrando-lhe os ossos da face direita e afundando seu rosto. A primeira surra havia sido quando ela ainda estava grávida.

Até hoje não sei onde minha amiga está morando. Sei que o marido passou um bom tempo à procura dela. Não tenho mais notícias e ninguém que possa fornecer um contato. Só rezo pra que ela esteja bem. E até hoje, passados quase 15 anos, continuo com raiva do tal sujeito.

quinta-feira, setembro 30, 2004

Me dá seu telefone?

Já escrevi sobre a tortura que é para as mulheres esperar o telefonema de algum rapaz. Agora vou falar sobre uma pequena maldade que todas nós mulheres, já cometemos alguma vez nessa vida: dar o telefone errado.

Por que fazemos isso? Não é tão fácil responder porque na verdade existem motivos dos mais variados. Mas em geral é porque alguns rapazes, mais os da espécie "Homens-Polvo", são tão chatos, mas tão chatos, que não sossegam enquanto não forem enganados.

Muitas e muitas vezes, ao dispensar um cara, a mulher escuta elogios como: baranga, sapatão, vadia e por aí vai. Pra nos poupar desses comentários deliciosos, ou mesmo quando a garota não tem muito jeito pra dispensar o moçoilo insistente, é batata: telefone errado.

Da mesma forma quando sabemos que aquilo não vai dar em nada, que a ficada foi boa (ou nem tanto), mas não vale a espera por um telefonema no dia seguinte, não é toda mulher que tem as caras pra dizer: "Telefone? Cai na real amigo, isso aqui foi uma noite e nada mais!"
E, convenhamos, não é todo cara que está pronto pra ouvir uma dessas!

Eu mesma, na minha adolescência, juntamente com minha fiel companheira de farra, Michelle, quando queria dispensar um pentelho dava sempre o mesmo telefone. Ela também. Isso aconteceu durante anos. Lembro até hoje do número. Lembro também de uma vez que ligamos pro tal número só de curiosidade, pra ver o que acontecia. Fomos xingadas pra valer...

Tenho uma amiga que até hoje dá o número do antigo celular dela, que está desativado. E por aí vai...

Estou aqui admitindo que isso não é legal. Todas nós sabemos disso. Quem disse que somos perfeitas? Mas o fato de não conseguirmos dispensar os rapazes sem que os enganemos, também conta com a ajuda deles.

Se eles conseguirem lidar com o fato de serem rejeitados com mais naturalidade, talvez nós possamos conseguir ser menos sacanas.

Portanto rapazes, quando não quisermos dar nossos telefones, por favor, não insistam, ou podem acabar ligando pra padaria da esquina no dia seguinte. A ficada pode não ter sido tão boa assim e a garota pode não querer repeti-la e nem querer mais olhas na sua cara (assim como vocês). Ah! E mulher também gosta de sexo por sexo, uma noite e nada mais, sem querer ficar esperando por um telefonema no dia seguinte.

Juro que estamos tentando fazer um esforço sobre-humano para parar com essa mania. Mas vocês bem que podiam colaborar...

terça-feira, setembro 28, 2004

Homens-Polvo de Vênus e Mulheres-Tilápia de Marte

Outro dia eu estava assistindo a um episódio do Sex and the City no qual a Charllote tenta comprar um livro de auto-ajuda em uma livraria, mas se sente envergonhada e acaba encomendando o mesmo livro pela internet. Aí eu me lembrei de um livro que uma amiga muito querida recomendou que eu lesse. Acho que o nome era "Enquanto o Amor não Vem". Ou algo parecido. Eu ainda não li. Pode parecer besteira, mas eu ainda estou na fase da negação.

Não sou uma feminista de carteirinha. Sou a favor do ser humano, independentemente do sexo. Não gosto de pessoas que se depreciam, sejam homens ou mulheres. Mas também sei reconhecer as diferenças entre o universo feminino e o masculino. O fiel dessa balança? O respeito. Faltando esse respeito, começam a aparecer os mitos. E, de repente, coisas simples que fazíamos com os pés nas costas (algumas pessoas fazem com os pés no pescoço, com as mãos no lustre... muitas variações), como nos relacionar com alguém do sexo oposto, começam a exigir manuais. E aí aparecem os mitos. E os micos.

(Agora, tira as crianças da sala, que eu vou falar de sexo!)

Mito 1

Homens transam por tesão, mulheres só conseguem transar se houver envolvimento.

Você ainda acredita nisso? No coelhinho da Páscoa e em Papai Noel também? Peraí! Concedo o fato de que os homens têm um nível de excitação mais visual. É muito difícil (não impossível) você escutar que uma mulher está louca para transar com um cara que ela só está vendo por foto. Precisa haver todo um contexto, a figura precisa ser um mecânico, ou um bombeiro, ou um guarda, ou um médico, ou um stripper besuntado de óleo de amêndoas e... deixa para lá!

O fato é que o mito é verdadeiro. Mulheres só conseguem transar se houver um envolvimento. Só que esse envolvimento pode ser dela com ela mesma. Tipo "hoje estou a fim de dar uma". E o que os homens não entendem é que nós podemos sim aplicar a máxima do "lavou tá novo". Podemos sim ser cafajestes. Podemos transar e não querer mais ver a figura. Podemos gostar só do sexo e abominar a figura na "vida real". Podemos ter um "enorme carinho" e "não querer perder a amizade" da figura.

As coisas são muito mais simples do que pensamos. Vale sempre usar a sinceridade e a honestidade, coisas que, apesar de serem semelhantes, são bem diferentes.

Senão, daqui a pouco, vamos estar lendo livros com os seguintes títulos: "Como Abrir a Boca e Mastigar – Um Manual para a Alimentação Suave", "Um para dentro, Outro para fora – Aprenda a Respirar Brincando"...

terça-feira, setembro 21, 2004

Alô?

Nesse final de semana, Danuza Leão, em sua coluna na Folha de São Paulo, falou sobre um assunto mui conhecido na ala feminina: o efeito telefone.

Analisando a célebre frase: "Eu te ligo!", o que o texto realmente nos mostra é que somos todas iguais. Não é um clichê, é uma verdade: mulheres são todas iguais.

Ele diz que vai ligar. Levante a mão quem nunca sofreu horrores ao lado do telefone.

Levante a mão quem nunca tirou o fone do gancho 125 vezes pra ver se o dito estava mesmo funcionando.

Levante a mão quem nunca ficou na dúvida se deu mesmo o telefone certo.

Levante a mão quem nunca recusou programa com as amigas, cinema com a turma ou uma simples ida à padaria porque ele disse que ia ligar (tá bom, tá bom, eu sou do tempo que celular ainda não existia).

Levante a mão quem nunca tomou banho com a porta aberta ou com o celular em cima da pia do banheiro pra poder escutar quando ele tocar.

Levante a mão quem não tem uma amiga que liga, na hora em que você aguarda ansiosamente o telefonema dele, só pra perguntar se ele já ligou.

E quando o telefone finalmente toca, levante a mão quem nunca deixou tocar uma, duas, no máximo três vezes antes de atender, com a voz calma e um tom surpreso por ele ter te ligado.

Sim senhoras. Somos todas iguais.

Toca desgraçado, toca...

sexta-feira, setembro 17, 2004

Verdades

Minha mãe nunca me treinou para casar. Nunca me ensinou um ponto de bordado, nunca me deu um pano de prato para o meu enxoval. Sempre a ouvi dizer: "Vai estudar, trabalhar, viajar e, quando não tiver mais nada para fazer, pode até pensar em casar com alguém". É claro que qualquer terapeuta vai diagnosticar projeção. Era assim que ela queria a própria vida. E uma coisa que muitos homens não conseguem entender é que nós, mulheres, passamos a vida tentando agradar às mães. Por isso, fiz tudinho o que ela mandou. Estudei, trabalhei, viajei muito. É claro que intercalei tudo isso com uns amores caprichados. Alguns fracassaram, outros deram certo até onde tinham que dar, mas a maioria me fez bem. Os meus amores me ajudaram a ser a pessoa que sou hoje.

Hoje em dia, eu posso dizer, sem medo de parecer menos independente, que quero namorar alguém. Conversar, ir ao cinema, passear, falar besteira, beijar, fazer amor. Mas não acredito em príncipe encantado. E talvez seja por isso que o meu ainda não apareceu. E se os príncipes encantados forem que nem fadinhas: quando alguém diz que não acredita neles, um morre esturricado? Já matei um monte, sorry, meninas.

Mas eu não quero um príncipe, eu quero um Zé. Que Zé? Eu quero um Zé que nem o da Adélia Prado:

Para o Zé

Eu te amo, homem, hoje como toda vida quis e não sabia,
eu que já amava de extremoso amor o peixe,
a mala velha, o papel de seda e os riscos de bordado,
onde tem o desenho cômico de um peixe —
os lábios carnudos como os de uma negra.
Divago, quando o que quero é só dizer te amo.
Teço as curvas, as mistas e as quebradas, industriosa como abelha,
alegrinha como florinha amarela, desejando as finuras, violoncelo, violino,
menestrel e fazendo o que sei, o ouvido no teu peito pra escutar o que bate.
Eu te amo, homem, amo o teu coração, o que é, a carne de que é feito,
amo sua matéria, fauna e flora, seu poder de perecer, as aparas de tuas unhas perdidas nas casas que habitamos, os fios de tua barba. Esmero.
Pego tua mão, me afasto, viajo pra ter saudade, me calo,
falo em latim pra requintar meu gosto:
“Dize-me, ó amado da minha alma, onde apascentas o teu gado, onde repousas ao meio-dia, para que eu não ande vagueando atrás dos rebanhos de teus companheiros”.
Aprendo. Te aprendo, homem. O que a memória ama fica eterno. Te amo com a memória, imperecível. Te alinho junto das coisas que falam uma coisa só: Deus é amor.
Você me espicaça como o desenho do peixe da guarnição de cozinha, você me guarnece, tira de mim o ar desnudo, me faz bonita de olhar-me, me dá uma tarefa, me emprega, me dá um filho, comida, enche minhas mãos.
Eu te amo, homem, exatamente como amo o que acontece quando escuto oboé. Meu coração vai desdobrando os panos, se alargando aquecido, dando a volta ao mundo, estalando os dedos pra pessoa e bicho.
Assim, te amo do modo mais natural, vero-romântico, homem meu, particular homem universal. Tudo que não é mulher está em ti, maravilha. Como grande senhora vou te amar, os alvos linhos, a luz na cabeceira, o abajur de prata; como criada ama, vou te amar, o delicioso amor: com água tépida, toalha seca e sabonete cheiroso, me abaixo e lavo teus pés, o dorso e a planta deles eu beijo.

O texto acima foi extraído do livro “Poesia Reunida”, Editora Siciliano – São Paulo, 1991, pág.99.

segunda-feira, setembro 13, 2004

O Efeito "White Pants"

Constatações em momentos de ócio...

Hoje eu estava à toa lá no fórum, esperando o horário de uma audiência começar. Enquanto isso, fiquei observando o vai-vem das pessoas na portaria principal.

Por causa dessa calor medonho que está fazendo, as mulheres que trabalham no fórum, as advogadas, estagiárias, promotoras, etc... estão desfilando modelitos um pouco fora do padrão ambiental do Tribunal de Justiça.

Basta de terninhos fechados, tailleurs calorentos, camisas de manga comprida. Um viva para as saias floridas, blusas decotadas e de alcinha e, principalmente, para a peça curinga da temporada: A CALÇA BRANCA.

É incrível o efeito que uma calça branca, justa e ligeiramente transparente (só a ponto de se perceber o contorno da underwear) tem sobre os nossos rapazes, não é?

Nem todas nós podemos usar uma calça branca nessa condições (eu tenho uma que está encostada no armário, esperando eu tomar jeito ou me desfazer dela), é preciso estar em certa forma, sem celulites marcantes ou excessos curvilíneos, mas quando vemos uma moçoila num corpitcho "tudo em cima", dentro de um modelito desses, basta parar um minutinho pra observar: os homens estremecem.

Não tem um que deixe de olhar. A gente também olha, claro, pra analisar a concorrência ou com aquela pontinha de inveja, ou mesmo pra tentar achar um defeitinho na "querida". Mas os homens babam.

Hipnotizados que ficam, presenciei alguns entrando no elevador errado, quase batendo com a cara na porta de vidro ou mesmo parados, inertes, no meio do hall de entrada, apreciando a beldade que passava.

Ah, queridos, como é fácil "embobecer" vocês...

quarta-feira, setembro 08, 2004

Primeiro Amor

Dizem que o primeiro amor de uma garota é seu pai. Filha e pai estão quase sempre grudados, num eterno complô, onde a mãe proíbe e o pai permite, cheios de segredos e agrados, coisas só deles dois. A princesa do papai, o orgulho nos 15 anos, a ranha com o primeiro namorado, a emoção de levar a filha noiva ao altar.

No meu caso foi bem diferente. Meus pais se separaram quando eu tinha 9 anos de idade e acho que meu pai não sabia lidar muito bem com uma filha mulher. Filho homem sim, serve pra ir ao clube, acompanhar na pelada ou assistir ao Mengão na TV.

Durante toda a minha vida a ausência de meu pai foi completamente normal pra mim. Reforçando essa ausência tinha uma mãe de personalidade fortíssima. Linha dura, repressora em vários momentos, escorpiana vingativa e radical. Uma mãe que eu sempre amei de paixão, incondicionalmente.

Minha mãe vivia reclamando pra quem quisesse ouvir a falta de atenção que meu pai tinha comigo. Plantou na minha cabeça a idéia de que ele fazia falta, mas que ao mesmo tempo ele era dispensável. Ela era mais uma boa mãe separada se esforçando pra criar os filhos.

Assim, aprendi a viver sem meu pai. Sem ouvir seus conselhos, sem pedir suas opiniões. Durante um bom tempo até me recusei a falar com ele. Cruzava com ele na rua e fingia que não conhecia. Se ele me fazia falta? Eu jurava que não. Mas certa e dolorosamente, sim.

Quando me separei de meu marido, há quase dois anos, sofri uma grande perda: minha mãe parou de falar comigo. Ela sempre foi meu apoio, meu esteio, a seta que apontava minhas direções. E quando eu estava perdida, sem saber direito o que fazer, foi meu pai quem apareceu no meu caminho.

Sem fazer perguntas, sem proferir julgamentos, sem me indicar soluções ou caminhos. Apenas me estendendo a mão e dizendo que, por onde eu escolhesse caminhar, ele estaria ao meu lado.

Desse tempo todo pra cá, descobri meu pai. Acabei entendendo que, durante um bom tempo, ele estava ao meu lado. Mas estava quietinho, observando. Talvez com medo, porque eu e minha mãe não deixáramos vago o lugar que ele ocupava. Talvez acomodado, porque eu estava indo bem, mesmo sem ele.

Mas na primeira oportunidade surgida, ele não deixou a chance escapar. Agarrou com todas as forças e me puxou de volta pra ele. Aos quase 30 anos eu descobri meu pai.

Descobri que debaixo daquele jeito ranzinza tem um cara bem-humorado. Como eu.

Descobri que ele grita, berra e esperneia, mas dali a 5 minutos tudo está bem novamente. Como eu.

Descobri que ele é muito sem paciência com crianças, mas adora todas as que fazem parte da família. Como eu.

Descobri que se pode contar tudo pra ele (quase tudo né?). Só não mentiras. Como eu.

Descobri que ele pode não ter sido meu primeiro amor... Mas pode ser meu amor para sempre.

segunda-feira, agosto 30, 2004

Eis a questão...

Sábado, durante um churrasco regado a muita cerva, ou seja, o lugar ideal para se filosofar sobre a relação homem-mulher, surge o seguinte assunto:

Por que será que os homens levam toco quando usam de toda aquela "finesse" e puxam os cabelos das mulheres ao vê-las passarem na boite (isso quando não conseguem agarrar seus antebraços e puxá-las mui "delicadamente")??

Vou partir da premissa de que realmente os homens se surpreendem e não sabem o porquê de tamanha indignação. Lá vai.

A moçoila se prepara para ir à boite. Sua intenção é ouvir música de boa qualidade. Não interessa. Sua intenção é dançar até suar em bicas. Não interessa. Sua intenção é só sair de casa e ver gente. Não interessa. Sua intenção é paquerar ou beijar muito na boca. Não interessa!

Seja qual for a intenção da moçoila, duas coisas são importantes:

- Sim, ela vai se arrumar toda, independentemente da sua intenção. Vai se vestir com esmero, caprichar na maquiagem e vai dar MUITA, mas MUITA atenção para o cabelo.

Longo ou curto, liso ou crespo, loiras, morenas, ruivas, negras, todas. Escovinha, Chapinha, Baby Liss, Mega Hair ou mesmo um simples cabelo-lavado-num-rabo-de-cavalo.

O cabelo de uma mulher é como se fosse sua base, sua muleta ou sua arma. Mulher não sai na rua com o cabelo de qualquer jeito, no way! Uma mulher descabelada é uma mulher desestruturada.

- Caso vocês não tenham um calendário à mão, estamos no dia 30 de agosto do ano de 2004. 2004, ouviram bem? Foi-se o tempo em que desfilávamos na frente dos homens esperando sermos atingidas por um golpe de tacape e arrastadas pelos cabelos até o motel, ops, caverna mais próxima.

Naquela época não se sabia falar. Nenhuma palavrinha, nada. Nem "boa noite", nem "como vai", "qual o seu nome", etc. Não tinha shampoos no mercado, nem alisamento japonês, nem tratamentos capilares que custam uma fortuna. Vai ver por isso as mulheres não esquentavam muito a cabeça. Mas que deviam ficar carecas logo cedo, sem dúvida.

Imaginem então o que sofremos quando vamos a uma boite, show ou qualquer outro lugar muvucado, onde a paquera rola solta, tanto quanto o álcool e a má educação.

Sinceramente os homens acham que, nos puxando pelos cabelos, com aquelas mãos que Deus-sabe-onde estavam anteriormente, vamos nos virar, fitar aquele homem das cavernas com olhar lânguido de desejo e nos jogar em seus braços?

No mínimo vamos ignorar e acelerar o passo pra fugir dos tentáculos que agarraram nossas cabeleiras. Mas podemos também proferir expressões simpáticas como "me larga imbecil" ou "sem contato físico, idiota". Jogar um copo de cerveja no "simpático" também pode acontecer ou ainda um belo pisão com aquele salto 12, de acrílico.

Mais ainda. Podemos contar para nossos namorados que vocês estragaram o penteado que ele ficou 40 minutos esperando a gente terminar antes de sair de casa. Uia!

Mesmo que nada disso aconteça, as chances de vocês nos conquistarem no "primeiro puxão" são tão mínimas que a Mega-Sena é uma aposta melhor.

Ah! E nos chamar de piranha, vagabunda ou baranga, depois de levar um toco nessa situação costuma funcionar muito...

Mais alguma pergunta?


"Acho que aquela gatinha tá me dando mole..."

Falha

Falha no sistema de comentários.

Esse reblogger é mesmo uma merda. Prometo tentar consertar o problema até o fim do dia... Só não sei de que dia...

quinta-feira, agosto 26, 2004

HOJE É DIA DE FESTA!!!!!

Hoje temos um motivo duplo para comemorar.

Pra isso fizemos até um bolo lindo! Claro que não foi a gente que fez, afinal tínhamos que posar como modelos. Olha só aqui embaixo:



Ah sim, mas vocês querem saber o motivo da comemoração? Em primeiríssimo lugar e o mais importante de tudo, é que nossa querida companheira de blog, aquela de uma seriedade e maturidade invejáveis, pensamentos e posts profundos (vide o do arroto), amiga de todas as horas, FABBY, está completando mais um aninho de vida.

Além de estar ficando velha e ter que mudar a idade lá no perfil, nossa amiga resolveu começar mudanças importantes em sua vida, começando pelo seu ambicioso PD - Projeto Deusa. Isso eu num posso explicar, vocês que perguntem pra ela depois... Mas que com certeza a gente vai estar dando toda a força do mundo!

Então esse bolo aí de cima é mais uma homenagem à nossa querida amiga, companheira de posts, de almoços de sexta-feira, de "all-you-can-eat" das quartas-feiras e por aí vai...

PARABÉNS FABBY!!
Pra quem não conhece a lindeza olha ela aqui embaixo:






E para terminar, o bolo lá de cima também comemora o aniversário de 1 mês desse blog! Mais do que isso, comemora uma amizade que nasceu antes do blog, mas que, certamente, amadureceu e se fortaleceu por causa dele. Comemora a amizade entre essas três moçoilas blogueiras que vos falam diariamente e que, dividindo as angústias, os pensamentos, os problemas e as alegrias entre elas, e com todos vocês, descobriram que não estão sozinhas.

E para comemorar esse aniversário e essa amizade, segue o resultado do ensaio fotográfico comemorativo, no melhor estilo Charlie's Angels, o que, by the way, é a nossa cara. Vê só se a gente num tá se "achando"...




UM BEIJO PRA TODOS VOCÊS, QUE NOS ACOMPANHARAM DURANTE TODO ESSE MÊS! PODEM ESPERAR QUE POR AÍ VEM MUITO, MAS MUITO MAIS!

quarta-feira, agosto 25, 2004

Shhh, faz silêncio...

Existem dois grandes tabus num relacionamento amoroso: a conversa e o silêncio.

Tente discutir a relação com seu homem. Ele mergulhará no silêncio de um mundo inatingível e indecifrável para você. Inúmeras vezes flagramos nossos namorados mergulhados nesse silêncio e, invariavelmente, soltamos a inútil pergunta: “No que você está pensando?”. Se ele disser que não está pensando em nada, você vai dizer que é mentira. Se ele disser que está pensando no Mengão você vai se magoar porque ele não está pensando em você.

Mas o fato é que os homens ficam muito mais em silêncio do que nós. E isso parece ser importante para eles. Eu, até hoje não consegui entender a importância do silêncio para os homens. Mas acho que tenho uma pista...

Num final de semana desses, após um belo almoço caseiro, eu e namorido deitamos juntos no sofá da sala, abraçadinhos, satisfeitos e felizes. Comecei a tagarelar, coisas sem importância, amenidades, acontecimentos da semana, ou simplesmente fiquei beijando sua bochecha sem parar e repetindo que o amo muito. De repente ele vira e manda a pérola:

“- Vamos fazer uma coisa?

- Vamos! O que?” – perguntei, já animada como sempre.

“- Vamos ficar 10 minutos em silêncio, só deitados e abraçadinhos?”

Hã??... Ca-la-ro que aquele “vamos” era “você poderia”... Me chamou de matraca na cara dura e ainda soou como um desafio, como se fosse impossível que eu calasse a boca e ficasse 10 míseros minutos em silêncio. Disse “vamos” naquela boa vontade do cacete e fechei o bico.

Ainda abraçado comigo, de vez em quando ele me olhava com um sorrisinho sarcástico pra ver como eu estava me saindo. E eu lá, impassível, naquela pose de quem estava acostumada a longos momentos silenciosos ao lado do ser amado.

Quando se passaram 5 minutos eu já estava completamente impaciente. Não conseguia ficar parada no sofá, qualquer posição me incomodava, meus pés não paravam quietos, os dedos ficavam se mexendo de nervoso. E mesmo estando prestes a gritar continuei sem soltar um pio. Foi aí que resolvi fechar os olhos pra ver se o tempo passava mais rápido. E foi aí que eu relaxei.

Abraçadinha com meu amor, de olhos fechados, no mais completo silêncio, comecei a pensar no quanto era bom estar ali, no quanto aquilo era gostoso. Sentia apenas as nossas respirações e o calor do nosso abraço. E consegui ficar em silêncio, sem pensar em nada! Quando abri os olhos tinham se passado bem mais que dez minutos e ele estava olhando pra minha cara e sorrindo.

Com aquele jeitinho sarcástico, disse alguma coisa como “nem doeu” ou “viu, você conseguiu”, e eu logo pulei do sofá bufando e pisando duro, dizendo pra ele não repetir mais isso que eu não ia mais fazer.

Mentirinha, claro. Vou fazer de novo. Esporadicamente, pra não acostumar, afinal, eu gosto de falar...

Shhh...

terça-feira, agosto 24, 2004

Sinfonia

O MISTERIOSO E FANTÁSTICO (E ÀS VEZES NOJENTO) MUNDO DOS MACHOS II

No segundo capítulo da série, eu me aproveito deste espaço para tirar uma dúvida que me acompanha há quase quinze anos...

Eu tenho um vizinho que, todas as noites, oferece uma sinfonia aos moradores próximos. "O que mais essa mulher quer?", podem perguntar alguns. Eu explico: a sinfonia, meus caros amigos, é de arrotos. Curtos, mais longos, mais encorpados, mais semitonados, tem para todos os gostos. A base é uma só. Se João Gilberto ouvisse, chamaria de plágio e sairia indignado.

Quando ele casou, há uns dois anos, achei que ia melhorar. Triste e vã ilusão. Os arrotos continuam, acompanhados, agora, de uns outros sons que me fazem ficar corada só de pensar. (Bateu uma dúvida: será que ele arrota durante, digamos assim, o ato?)

E, quem for falar sobre privacidade, pode desistir: ele dá um show mesmo. Fica na janela e tudo o mais. Acho até que faz aquecimento vocal...

Parece estranho que eu gaste tempo pensando nisso, mas vai morar lá em casa, vai. Vai tentar ouvir o William Bonner dar as notícias entrecortadas por arrotos. Vai tentar ver um episódio de Sex and the City e, ao invés das desculpas furadas do Big, ouvir essas eructações. Vai tentar ficar com medo vendo um filme de terror e, na hora em que o monstro vai pegar a mocinha, tudo o que você escuta é um arrotão...pimenta no dos outros é refresco, já dizia minha avó...

Por quê? Por que vocês homens fazem isso? Eu não falo nem dos puns, pois nós, mocinhas delicadas, também estamos sujeitas a uma certa flatulência...mas arrotos??? E aproveitem para me explicar a coçadinha no saco, se não for pedir demais...