sexta-feira, novembro 12, 2004

Um golpe de mestre

Eu gosto de compartilhar essa passagem da minha vida porque é uma chance que tenho de ser didática. Presta bem atenção, e depois me conta se anta não tem mais é que pastar mesmo...

A historinha é sobre um triângulo amoroso e odioso. E sobre a engenhosidade de um "figura".

Eles namoravam. Eu cheguei depois ao contexto. E eles pararam de namorar. Aí, eu e ele namoramos. Mas ela era ciumenta, daquelas barraqueiras mesmo, sacumé? E eu vivi dias de personagem de Nelson Rodrigues, sendo chamada de "bonita" para baixo. Ela me colocou em cada situação... ia para o meu prédio e ficava gritando coisas lindas para mim. Colocava faixas na entrada da quadra com o meu nome e o meu telefone, anunciando programa. Enfim, tornava a minha vida um carrossel de emoções...

Um dia, o meu namoro acabou. E eu ouvi alguém dizer que, depois de uns meses, eles estavam juntos de novo. Aí é que eu comecei a descobrir que sou um fracasso como mulher vingativa. Pensei: "Vou atormentar a perua um pouquinho". E, sabendo que ele ainda tinha uma queda por mim, fui procurá-lo. Fiquei me achando a última coca-cola do deserto, a última folha da alcachofra. Meu ódio será tua herança... minha vingança se concretizou... hehehehe...

But, como eu disse no início, anta tem mais é que pastar. O buraco era mais embaixo. Olha só a capacidade do mancebo: ele ficava comigo e dizia que estava namorando a outra. Eu, para me vingar, metia o chifre na mocinha. Só que ele dizia a mesma coisa para ela. E ela ficava feliz por me enganar. Se eu o visse com ela, beleza, eles eram namorados. Se ela o visse comigo, dava um jeito de se esconder, porque ela era a outra... e, quando ele não queria ficar com nenhuma das duas, inventava uma mentira e ficava com uma terceira...

Tudo bem, mentir não é bonito. Mas eu tiro o chapéu para ele.

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