terça-feira, outubro 26, 2004

Não entendo...

Vou falar de um cara. Ele é um dos meus melhores amigos. Há anos. Nos adoramos, passamos mil coisas juntos e eu tenho um carinho muito especial por ele.

À primeira vista ele é um partidão. Bonitão, charmoso, voz de locutor, rico, inteligente, engraçado, estabilizado profissionalmente, educado, aliás, um gentleman.

Digo que ele é um partidão à primeira vista porque tem um probleminha, ou melhor, dois probleminhas.

Em primeiro lugar ele é a encarnação do protótipo de um perfeito cafajeste.

Sabe aquele cara que conhece a garota, leva pro cinema, é todo educado, leva pra jantar, é todo respeitador. Cortejos, flores, luz do luar, cartões românticos, telefonemas inesperados. Durante uma semana ele é tudo isso e mais. Mas basta a garota abrir a guarda, ou melhor, basta a garota dar pra ele, que no dia seguinte ele some do mapa. Literalmente!

Telefones desligados, nunca está em casa, até licença do trabalho ele é capaz de tirar. Os amigos, que já conhecem de cor a história, muitas vezes acabam levando a sobra dos esporros das vítimas. Estamos até acostumados. E adianta falar? Adianta brigar? Adianta nada... Até eu já perdi duas amigas por conta disso. E geralmente são garotas bacanas, que você adoraria ter na sua turma.

Uma vez ele chegou ao cúmulo de inventar pra uma garota que ia ser transferido de Brasília e que nunca mais ia voltar à cidade, só pra convencer a menina de sair com ele. A guria era casada. Sabe aquela história de “despedida”, “uma última vez”, “nunca teremos essa chance novamente” e tal? E não é que colou? Imagina então a cara da guria quando soube que ele não foi embora e continua por aqui aprontando todas?

O outro problema é que ele de vez em quando namora. Até aí tudo bem. Mas em vez dele utilizar o mesmo bom gosto que ele tem quando escolhe uma vítima pra sacanear, ele é muito baixaria na escolha das namoradas. Geralmente a moça tem que ser loira. Loira tingida, nada de loira natural. Tem que ser do tipo gostosona. Não precisa ser necessariamente bonita, mas tem que ter um requisito essencial: TEM que ter cara e jeito de puta.

Ninguém até hoje o entende. Ele fica com mulheres bonitas, inteligentes, legais, mas sacaneia todas. Agora, pra namorar e apresentar pra turma ele tem uma predileção por mulheres vulgares, que não sabem se comportar ou mesmo se vestir normalmente que parece mais uma tara. Ele fica hipnotizado e torce o pescoço no meio da rua pra ver uma dessas passar. E se, no caso, ela for realmente uma “profissional assumida”, vocês acham que ele se faz de rogado? Que nada, ele paga com prazer!

Vai entender os homens...

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