terça-feira, agosto 10, 2004

Atendendo a pedidos

Esse post aqui é pra atender a um pedido bastante especial...hehehe.

Há muuuuitos anos atrás eu estava na casa de uma amiga, quando ela me veio com aquele papo, de que conheceu um cara na academia que era certinho pra mim, que a gente combinava muito, que ele era lindo e tal, e que ela pre-ci-sa-va me apresentar o tal amigo. Falando isso ela passou a mão no telefone e ligou pro tal sujeito.

"- Pronto, ele tá vindo pra cá pra te conhecer!

- Tá louca Michelle?

- Ué, tô nada. Você tá solteira, ele também, vocês se conhecem logo e se rolar um clima, pronto!"

Como num dava mais pra fazer nada, fiquei ali, esperando o tal sujeito. Ele chegou, interfonou e a gente desceu.

Pra começar, ele num era nada lindo. Mas tudo bem, eu também num sou e beleza nunca foi parâmetro pra nada na minha vida. Conversamos por 15 minutos, ele tava indo pra academia e minha (in)conveniente amiga marcou de sairmos mais tarde. Os três. Achei ótimo. Ainda num conhecia o cara, vai que é um doido, ou pior, um chato?

Na hora marcada cheguei na casa da minha amiga. Ela estava de pijamas, com um sorriso sacana no rosto.

"-Eu num vou não..."

Ah, que bom! Mais um blind date na minha vida, era tudo o que eu precisava. Detalhe: ele tinha ligado, dizendo que o irmão dele pegou o carro e ele tava sem ter como ir. Lá fui eu pegá-lo em casa.

Cheguei lá o cara desceu e a gente ficou conversando debaixo do prédio. E conversando... e conversando... Fiquei mais de uma hora e meia embaixo daquele prédio falando bobagens. Sim, porque nem assunto em comum a gente tinha, só amenidades, "como está o tempo, há quanto tempo você malha, como vai a faculdade"... Eu tava toda arrumada pra sair e o cara num desecalhava daquele prédio.

Lá pelas tantas ele vira e diz: "-Nossa, estou com fome! Vamos lá na 405 sul?"

Uêpa, beleza! 405 sul, mais conhecida como Rua dos Restaurantes, ou iéis, vamos, pelo menos, sentar num lugar legal pra comer! Agora sim, a noite estava começando.

Quando chegamos na 405 sul ele fala: "-Entra aqui na quadra, pode parar ali na entrada".

Ué... Os restaurantes são mais pra lá amigo, lá na comercial, o que eu vou fazer aqui na entrada da quadra? É quando o indivíduo larga a pérola: "- Adoro o cachorro-quente daqui, vou comer um e já volto... Quer um também?"

Gente, juro-por-Deus, nada contra comer cachorro-quente de carrocinha, eu adoro, mas imaginem a situação! Eu, toda arrumada, maquiada, cheirosa, pronta pra uma noite divertida com o tal fulaninho-feio-e-nem-tão-simpático, e ele querendo que eu sentasse numa mesinha de ferro, na rua!!! Num dava, num dava...

Proferi um "não, obrigada" (o mais seco e mal-humorado que consegui) e fiquei dentro do carro esperando. Lá pelas tantas, depois de dois cachorros-quentes e um refri, volta o tal e manda, inacreditavelmente, com a cara mais lavada da face dessa terra: "-Gata, tem cinco contos aí?"

Sim, senhoras e senhores, ele ainda me pediu dinheiro pra pagar o cachorro!!! Pensei rapidamente nas opções:

1) Ligar o carro e ir embora na mesma hora

2) Fingir que não tinha escutado

3) Dizer que não tinha dinheiro, que estava esperando que ele pagasse a conta do restaurante francês no qual eu pretendia jantar depois

4) Dar logo os "cinco contos" pra ele e dar fim naquela noite dos infernos.

Opção 4 escolhida, deixei o dito cujo em casa e nunca, nunca mais, juro de pé junto, atendi a um telefonema sequer desse cara. Sim, porque ele me ligou depois disso, e ainda mandou recados pela minha amiga, que tinha gostado de mim, que não entendia porque eu não queria mais vê-lo e etc etc etc...

Alguém aí vai me dizer que eu não tinha motivo?

P.S.: Pronto, agora você tá no blog. Pedido atendido querido?

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