sexta-feira, julho 30, 2004

Não é bagunçado, não!

Sou uma pessoa que gosta de contato físico.  Gosto muito, na verdade. Isso é um fato.

Outro fato é que tenho vários amigos do sexo masculino. Uns mais próximos, outros mais distantes. Já quase não vejo alguns deles, mas continuam sendo amigos. Sabe aos oito anos de idade, quando meninos e meninas só não se estapeiam porque a “tia” tá por perto? Nessa época, já tinha amiguinhos.

Vai daí que, juntando os dois fatos, temos uma coisinha interessante: é um costume meu ter contato físico com meus amigos. Abraços, beijinhos, carinho.

Claro que isso me gera problemas. Se não gerasse, não estaria tratando do assunto aqui.

O primeiro e mais óbvio inconveniente é que isso dificulta possíveis paqueras. O cara que talvez estivesse interessado em mim vai ficar na dúvida: “ela está dando em cima daquele sujeito?”. Ou até: “será que eles são namorados?”.

Quanto a esse aspecto, nem tenho o direito de falar alguma coisa. É como ir à boate com três ou quatro amigos (meu Deus, perdi a conta de quantas vezes já fiz isso!) e achar ruim porque nenhum carinha dá em cima. Não dá pra reclamar.

Outro problema é ser julgada e rotulada como “fácil” por quem está de fora: “olha lá, tava com um carinha há cinco minutos; agora, já tá abraçada com outro”.

Francamente, estou me lixando para esse tipo de crítica. Eu sei o que sou e o que estou fazendo. As pessoas próximas a mim – as únicas que realmente importam – também sabem. O resto do mundo que tenha suas próprias opiniões.

Agora, existe uma questão que realmente me tira do sério. É que alguns sujeitos não têm o menor senso. Acham que, porque fico abraçada com Fulano ou Beltrano, fico abraçada com qualquer um. Pensam que é só ir chegando.

Calma lá! Aqui não é a casa da mãe joana, não!

Caro atrevido, você me conhece? Sabe algo além do meu primeiro nome? Nós já batemos papo? Já conversamos sobre assuntos pessoais, coisas além de “nossa, como faz frio nessa cidade”? Você pode me dizer verdades e brincar comigo sem submeter-se à possibilidade de eu nunca mais lhe dirigir a palavra?

Se a sua resposta foi “não” a qualquer uma dessas perguntas, fique na sua.

Contato físico é coisa que tenho apenas com amigos, entendeu?

E nem é com todo amigo. Coloquemos assim: todas as pessoas com quem tenho esse tipo de contato são pessoas de quem gosto; mas não sou de ficar abraçada com todo mundo de que gosto. Coisa de personalidade, jeito, temperamento. Ou o que quer que seja.

Outra coisa: antigüidade, nesse caso, não é posto. Tem gente que conheço de longa data, e não tem esse tipo de apoximação.

Em resumo: não é só ir chegando. Existem regras. Minhas regras.

E tenho dito.

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