segunda-feira, janeiro 24, 2005

Traição ao quadrado...

Ela entrou na minha sala aos prantos. Com cinco anos de casada, feliz, haviam acabado de comprar um apartamento, viajaram de férias, como isso podia ter acontecido?

Ela descobriu tudo ao chegar de surpresa de uma viagem de trabalho. Foi um flagrante e tanto. Depois, pensando melhor, viu como tinha sido estúpida por tanto tempo. Tudo sempre esteve diante dos seus olhos. Ela que nunca quis ver.

Agora os dois estavam lá, viajando, divertindo-se no exterior, enquanto ela estava aqui, devastada, sem conseguir comer, dormir e até tinha sido demitida do emprego, porque não conseguia trabalhar. Só chorava.

Sabia que eles tinham se conhecido antes do seu casamento. Ela achava que eram apenas amigos. Fora isso que ele sempre dissera, que eram bons amigos.

Como ela não havia desconfiado antes? Até mesmo naquela ocasião em que ele viajara a trabalho e lá eles se encontraram "sem querer". E ele só lhe contara quando ela achou uma foto deles sentados num bar na beira da praia. Ela se lembra dele gaguejando: "Pois é, nem te contei, olha que coincidência, estávamos os dois lá a trabalho".

Burra, burra, burra, burra.

E o pior: ela estava planejando ter um filho e como seu marido tinha poucos amigos e familiares, ela até cogitara chamá-lo para ser o padrinho.

Sim, ele...

quarta-feira, janeiro 19, 2005

Pequeno Manual de Relacionamentos

(da série Definições Personalíssimas)


Eu não tomo a iniciativa. Nunca, em tempo algum, a respeito do que quer que seja. Por mais vontade que eu tenha. E sim, pago um preço por isso, mas não pretendo mudar.

Não tenho o hábito de telefonar nem para meus amigos, que dirá para o resto da humanidade.

Odeio mentiras. Posso até relevar, mas vai demorar um tempo imenso para recuperar minha confiança novamente. É que confio facilmente nas pessoas, só que deixo de confiar mais facilmente ainda.

Não me disponho a namorar com freqüência. Quando o faço, é porque estou esperando algo mais que uma mera companhia ocasional – isso, tenho com meus amigos, obrigada.

Duvido de declarações de amor que chegam rápido demais.

Não acredito em amor à primeira vista.

Não me apaixono facilmente. Aliás, quase nunca me apaixono. E detesto quando acontece.

Não estou atrás do homem-perfeito, o Mr. Big ou o príncipe encantado. Já passei dessa fase.

Não quero uma "alma gêmea". A vida seria muito chata com alguém igualzinho. Quero crescer com as diferenças.

Meus amigos existem antes de qualquer cidadão, e pretendo que continuem a existir depois. Não os troco. Que ninguém tente impor-me "escolhas".

Dinheiro não é tudo no mundo, mas um-amor-e-uma-cabana só dá certo em filmes água-com-açúcar. E olhe lá.

Sou territorial. Detesto que invadam meu espaço. Isso inclui bater na minha porta sem nem ligar antes, ou aparecer no serviço de surpresa. Essas coisas só são legais numa relação que já ultrapassou há muito o ponto inicial.

Não divido conta de motel, em hipótese alguma. Meu feminismo não vai tão longe.

Gosto demais da minha liberdade. Não aceito carona nos primeiros encontros. E também não quero ninguém de carona comigo. Desejo chegar e sair na hora em que bem entender.

Nada de "rapidinha". Se é isso que o cara pretende, que vá atrás de uma profissional.

Não quero que me levem a sério demais, porque nem eu mesma o faço. Só que, quando me der ao trabalho de falar que uma coisa ou sentimento são sérios, espero que não façam pouco caso.

Não suporto homem "pegajoso", daqueles que ligam até quando não têm assunto.

Não tenho paciência com gente ciumenta. Eu sou ciumenta. E possessiva. Mas mantenho-me sob controle e espero o mesmo.

Beleza ajuda, mas, contrariando o Poetinha, inteligência é que é fundamental.

Sim, eu sei ser romântica. Gosto do romantismo. Só que há tempo e lugar certos para ele.

domingo, janeiro 09, 2005

UM DIA NA VIDA DE LAURA

Laura acordou, após mais uma noite de balada forte. Havia chegado em casa lá pelas 5 da manhã, meio tonta, (mal) acompanhada e sem lembrar de muita coisa.

Já passava do meio-dia, sua companhia já tinha ido embora e o cheiro forte de bebida e cigarros impregnavam seu quarto, causando-lhe um forte enjôo.

Enquanto tomava um banho quente ficou pensando naquela noite, igual à muitas outras anteriores. Fazia um bom tempo que essa rotina tomara-lhe a vida. Trabalho, barzinho, balada, bebida, sexo... e tudo de novo.

Sentiu-se cansada. Queria mudar. Arrumar um namoradinho, cinema, tv, pipoca, almoço em família, essas coisas. Resolveu passar na casa da irmã mais velha durante o almoço pra conversar um pouco antes de ir trabalhar.

Chegando lá, a irmã atendeu a porta apressada, "o bebê está chorando, preciso amamentar". Há pouco mais de 2 meses Laura tinha um novo sobrinho. O mais novo de outros 3. A irmã, de licença maternidade, desdobrava-se para cuidar dos filhos e da casa, enquanto o marido trabalhava o dia todo numa repartição pública.

Sentou-se calada na mesa da cozinha enquanto ouvia a irmã. A casa, meio bagunçada, com crianças correndo por todos os lados, o almoço por fazer, a irmã, ainda meio gorducha da gravidez, amamentando o bebê e falando ao telefone com o síndico do prédio sobre um vazamento no teto do banheiro.

O cunhado, ao chegar para o almoço, deu, como sempre, aquela "checada" em Laura, de cima abaixo. Sempre achara o cunhado meio cafa, mas sua irmã o amava...paciência.

Depois que o bebê dormiu, as crianças comeram e se acalmaram e o cunhado voltara para o trabalho, Laura e a irmã se sentaram para conversar. "Você é que tem sorte", disse a irmã. "Não tem preocupações, família, filhos, horários. Aproveita essa tua vida de solteira, depois é só declínio".

Perguntou se a irmã era feliz. "Ué... sou né?". Notou o tom de desespero na voz. Se despediu sem dizer o que realmente queria e foi trabalhar.

Durante o caminho o celular tocou. Era a turma da balada, armando mais uma noite como as outras. Ficou olhando fixamente para o visor do celular, pensando...

Por fim, atendeu...

sexta-feira, janeiro 07, 2005

Tá bom, tá bom!

Sumida, sim. Não tenho como negar.

E, quando resolvo aparecer, nem é para escrever, realmente. Acontece que achei um texto fantástico, dia desses, da Ticcia, a megera. Cliquem aqui e confiram.

Prometo voltar com textos próprios em breve. Promessa-de-ano-novo, tá?

quarta-feira, janeiro 05, 2005

AINDA VIVAS

Sim, ainda vivas. Embora ausentes por um breve período, as escritoras desse blog ainda vivem.

Devemos explicações, sabemos. E as daremos, em breve.

As moçoilas andaram se dispersando, como podem notar. Poucos posts. Muito sumiço.

Uma se jogou na vida boêmia, na noite brasiliense, hábitos desregrados, mesmo insistindo em dizer que não.

A outra recebeu a irmã que veio de férias das "uropa", esqueceu das amigas, foi pro Rio de Janeiro ficar neguinha e não quer saber de outra vida.

E por fim, a terceira, que se casou recentemente, só quis saber da lua-de-mel com o marido, praia, camarão, mergulho e esqueceu até como se liga um computador.

Mas essa bagunça vai ter fim. Ah, vai mesmo! Vou colocar ordem nesse cortiço debaixo de "peia", vocês vão ver.

Me aguardem, que a mulher voltou do Sul braba que só...