terça-feira, dezembro 07, 2004

Ai, ai... que me perdoem os mais modernos, os de vanguarda, mas bons tempos aqueles em que nós mulheres só recebíamos as seguintes denominações em termos de relacionamento com alguém do sexo oposto (ou não):
a) namorada;
b) noiva;
c) esposa;
d) irmã;
e) paquera;
f) caso;
g) amante;
h) amizade colorida;
i) destruidora de lares;
j) arruinadora de futuros;
k) pistoleira;
l) etc;
m) etc;
n) etc.
Eis que, um dia, um desocupado qualquer, que com certeza não precisava depilar a perna, nem tirar a sobrancelha ou retocar as raízes, criou o famigerado termo “amiga”. É claro que já éramos amigas de alguns homens, mas não é a essa amiga que eu estou me referindo. É àquela “amiga”, que normalmente vem acompanhada de um levantar de sobrancelhas e de um mudar de assunto imediatamente:
– Fulano, essa aqui é a Sicrana, minha... amiga! (Esqueci que tem também a pausa antes da palavra, como uma expectativa de levar um soco...)

Vamos rever o caso:

Você sai com o tipo umas cinco vezes seguidas... e é amiga;
Você diz para os seus amigos que conheceu alguém especial... e esse alguém chama você de amiga na frente de todo mundo;
Você troca com o tipo beijos que equivaleriam a uma videolaringoscopia, na presença de um monte de gente... mas é só amiga;
Se você não atende aos telefonemas do tipo, ele se acha no direito de fazer um interrogatório completo... e você continua sendo só amiga;
Sua mãe vê você chegando em casa, de madrugada, meio torta, com a roupa amassada e o batom borrado... e você tem que dizer que estava cumprindo seu papel de amiga;
Você faz todas as posições do Kama Sutra que são possíveis, correndo o risco de distender um músculo, claro que na companhia do tipo... mas isso toda amiga faz.

Resumindo a ópera: estou lançando a campanha
AMIGA É A PQP!!!
E PNC para todos os homens que insistem em ter “amigas”!
*Antes que algum homem venha dizer que é uma relação de mão dupla, vou logo avisando que estou falando de uma situação específica... não se façam de samambaias!