segunda-feira, agosto 30, 2004

Eis a questão...

Sábado, durante um churrasco regado a muita cerva, ou seja, o lugar ideal para se filosofar sobre a relação homem-mulher, surge o seguinte assunto:

Por que será que os homens levam toco quando usam de toda aquela "finesse" e puxam os cabelos das mulheres ao vê-las passarem na boite (isso quando não conseguem agarrar seus antebraços e puxá-las mui "delicadamente")??

Vou partir da premissa de que realmente os homens se surpreendem e não sabem o porquê de tamanha indignação. Lá vai.

A moçoila se prepara para ir à boite. Sua intenção é ouvir música de boa qualidade. Não interessa. Sua intenção é dançar até suar em bicas. Não interessa. Sua intenção é só sair de casa e ver gente. Não interessa. Sua intenção é paquerar ou beijar muito na boca. Não interessa!

Seja qual for a intenção da moçoila, duas coisas são importantes:

- Sim, ela vai se arrumar toda, independentemente da sua intenção. Vai se vestir com esmero, caprichar na maquiagem e vai dar MUITA, mas MUITA atenção para o cabelo.

Longo ou curto, liso ou crespo, loiras, morenas, ruivas, negras, todas. Escovinha, Chapinha, Baby Liss, Mega Hair ou mesmo um simples cabelo-lavado-num-rabo-de-cavalo.

O cabelo de uma mulher é como se fosse sua base, sua muleta ou sua arma. Mulher não sai na rua com o cabelo de qualquer jeito, no way! Uma mulher descabelada é uma mulher desestruturada.

- Caso vocês não tenham um calendário à mão, estamos no dia 30 de agosto do ano de 2004. 2004, ouviram bem? Foi-se o tempo em que desfilávamos na frente dos homens esperando sermos atingidas por um golpe de tacape e arrastadas pelos cabelos até o motel, ops, caverna mais próxima.

Naquela época não se sabia falar. Nenhuma palavrinha, nada. Nem "boa noite", nem "como vai", "qual o seu nome", etc. Não tinha shampoos no mercado, nem alisamento japonês, nem tratamentos capilares que custam uma fortuna. Vai ver por isso as mulheres não esquentavam muito a cabeça. Mas que deviam ficar carecas logo cedo, sem dúvida.

Imaginem então o que sofremos quando vamos a uma boite, show ou qualquer outro lugar muvucado, onde a paquera rola solta, tanto quanto o álcool e a má educação.

Sinceramente os homens acham que, nos puxando pelos cabelos, com aquelas mãos que Deus-sabe-onde estavam anteriormente, vamos nos virar, fitar aquele homem das cavernas com olhar lânguido de desejo e nos jogar em seus braços?

No mínimo vamos ignorar e acelerar o passo pra fugir dos tentáculos que agarraram nossas cabeleiras. Mas podemos também proferir expressões simpáticas como "me larga imbecil" ou "sem contato físico, idiota". Jogar um copo de cerveja no "simpático" também pode acontecer ou ainda um belo pisão com aquele salto 12, de acrílico.

Mais ainda. Podemos contar para nossos namorados que vocês estragaram o penteado que ele ficou 40 minutos esperando a gente terminar antes de sair de casa. Uia!

Mesmo que nada disso aconteça, as chances de vocês nos conquistarem no "primeiro puxão" são tão mínimas que a Mega-Sena é uma aposta melhor.

Ah! E nos chamar de piranha, vagabunda ou baranga, depois de levar um toco nessa situação costuma funcionar muito...

Mais alguma pergunta?


"Acho que aquela gatinha tá me dando mole..."

Falha

Falha no sistema de comentários.

Esse reblogger é mesmo uma merda. Prometo tentar consertar o problema até o fim do dia... Só não sei de que dia...

quinta-feira, agosto 26, 2004

HOJE É DIA DE FESTA!!!!!

Hoje temos um motivo duplo para comemorar.

Pra isso fizemos até um bolo lindo! Claro que não foi a gente que fez, afinal tínhamos que posar como modelos. Olha só aqui embaixo:



Ah sim, mas vocês querem saber o motivo da comemoração? Em primeiríssimo lugar e o mais importante de tudo, é que nossa querida companheira de blog, aquela de uma seriedade e maturidade invejáveis, pensamentos e posts profundos (vide o do arroto), amiga de todas as horas, FABBY, está completando mais um aninho de vida.

Além de estar ficando velha e ter que mudar a idade lá no perfil, nossa amiga resolveu começar mudanças importantes em sua vida, começando pelo seu ambicioso PD - Projeto Deusa. Isso eu num posso explicar, vocês que perguntem pra ela depois... Mas que com certeza a gente vai estar dando toda a força do mundo!

Então esse bolo aí de cima é mais uma homenagem à nossa querida amiga, companheira de posts, de almoços de sexta-feira, de "all-you-can-eat" das quartas-feiras e por aí vai...

PARABÉNS FABBY!!
Pra quem não conhece a lindeza olha ela aqui embaixo:






E para terminar, o bolo lá de cima também comemora o aniversário de 1 mês desse blog! Mais do que isso, comemora uma amizade que nasceu antes do blog, mas que, certamente, amadureceu e se fortaleceu por causa dele. Comemora a amizade entre essas três moçoilas blogueiras que vos falam diariamente e que, dividindo as angústias, os pensamentos, os problemas e as alegrias entre elas, e com todos vocês, descobriram que não estão sozinhas.

E para comemorar esse aniversário e essa amizade, segue o resultado do ensaio fotográfico comemorativo, no melhor estilo Charlie's Angels, o que, by the way, é a nossa cara. Vê só se a gente num tá se "achando"...




UM BEIJO PRA TODOS VOCÊS, QUE NOS ACOMPANHARAM DURANTE TODO ESSE MÊS! PODEM ESPERAR QUE POR AÍ VEM MUITO, MAS MUITO MAIS!

quarta-feira, agosto 25, 2004

Shhh, faz silêncio...

Existem dois grandes tabus num relacionamento amoroso: a conversa e o silêncio.

Tente discutir a relação com seu homem. Ele mergulhará no silêncio de um mundo inatingível e indecifrável para você. Inúmeras vezes flagramos nossos namorados mergulhados nesse silêncio e, invariavelmente, soltamos a inútil pergunta: “No que você está pensando?”. Se ele disser que não está pensando em nada, você vai dizer que é mentira. Se ele disser que está pensando no Mengão você vai se magoar porque ele não está pensando em você.

Mas o fato é que os homens ficam muito mais em silêncio do que nós. E isso parece ser importante para eles. Eu, até hoje não consegui entender a importância do silêncio para os homens. Mas acho que tenho uma pista...

Num final de semana desses, após um belo almoço caseiro, eu e namorido deitamos juntos no sofá da sala, abraçadinhos, satisfeitos e felizes. Comecei a tagarelar, coisas sem importância, amenidades, acontecimentos da semana, ou simplesmente fiquei beijando sua bochecha sem parar e repetindo que o amo muito. De repente ele vira e manda a pérola:

“- Vamos fazer uma coisa?

- Vamos! O que?” – perguntei, já animada como sempre.

“- Vamos ficar 10 minutos em silêncio, só deitados e abraçadinhos?”

Hã??... Ca-la-ro que aquele “vamos” era “você poderia”... Me chamou de matraca na cara dura e ainda soou como um desafio, como se fosse impossível que eu calasse a boca e ficasse 10 míseros minutos em silêncio. Disse “vamos” naquela boa vontade do cacete e fechei o bico.

Ainda abraçado comigo, de vez em quando ele me olhava com um sorrisinho sarcástico pra ver como eu estava me saindo. E eu lá, impassível, naquela pose de quem estava acostumada a longos momentos silenciosos ao lado do ser amado.

Quando se passaram 5 minutos eu já estava completamente impaciente. Não conseguia ficar parada no sofá, qualquer posição me incomodava, meus pés não paravam quietos, os dedos ficavam se mexendo de nervoso. E mesmo estando prestes a gritar continuei sem soltar um pio. Foi aí que resolvi fechar os olhos pra ver se o tempo passava mais rápido. E foi aí que eu relaxei.

Abraçadinha com meu amor, de olhos fechados, no mais completo silêncio, comecei a pensar no quanto era bom estar ali, no quanto aquilo era gostoso. Sentia apenas as nossas respirações e o calor do nosso abraço. E consegui ficar em silêncio, sem pensar em nada! Quando abri os olhos tinham se passado bem mais que dez minutos e ele estava olhando pra minha cara e sorrindo.

Com aquele jeitinho sarcástico, disse alguma coisa como “nem doeu” ou “viu, você conseguiu”, e eu logo pulei do sofá bufando e pisando duro, dizendo pra ele não repetir mais isso que eu não ia mais fazer.

Mentirinha, claro. Vou fazer de novo. Esporadicamente, pra não acostumar, afinal, eu gosto de falar...

Shhh...

terça-feira, agosto 24, 2004

Sinfonia

O MISTERIOSO E FANTÁSTICO (E ÀS VEZES NOJENTO) MUNDO DOS MACHOS II

No segundo capítulo da série, eu me aproveito deste espaço para tirar uma dúvida que me acompanha há quase quinze anos...

Eu tenho um vizinho que, todas as noites, oferece uma sinfonia aos moradores próximos. "O que mais essa mulher quer?", podem perguntar alguns. Eu explico: a sinfonia, meus caros amigos, é de arrotos. Curtos, mais longos, mais encorpados, mais semitonados, tem para todos os gostos. A base é uma só. Se João Gilberto ouvisse, chamaria de plágio e sairia indignado.

Quando ele casou, há uns dois anos, achei que ia melhorar. Triste e vã ilusão. Os arrotos continuam, acompanhados, agora, de uns outros sons que me fazem ficar corada só de pensar. (Bateu uma dúvida: será que ele arrota durante, digamos assim, o ato?)

E, quem for falar sobre privacidade, pode desistir: ele dá um show mesmo. Fica na janela e tudo o mais. Acho até que faz aquecimento vocal...

Parece estranho que eu gaste tempo pensando nisso, mas vai morar lá em casa, vai. Vai tentar ouvir o William Bonner dar as notícias entrecortadas por arrotos. Vai tentar ver um episódio de Sex and the City e, ao invés das desculpas furadas do Big, ouvir essas eructações. Vai tentar ficar com medo vendo um filme de terror e, na hora em que o monstro vai pegar a mocinha, tudo o que você escuta é um arrotão...pimenta no dos outros é refresco, já dizia minha avó...

Por quê? Por que vocês homens fazem isso? Eu não falo nem dos puns, pois nós, mocinhas delicadas, também estamos sujeitas a uma certa flatulência...mas arrotos??? E aproveitem para me explicar a coçadinha no saco, se não for pedir demais...

quinta-feira, agosto 19, 2004

À moda antiga...

Outro dia a Dani escreveu que foi alvo de explícitas e desinteressadas manifestações de cavalheirismo por parte de uns "tiozinhos". E que os rapazes de hoje deveriam aprender um pouco desse comportamento, ao invés de tentar nos puxar pelos cabelos, como bons homens das cavernas, toda vez que atravessamos na frente deles.

Preciso partir em defesa dos "rapazes de hoje". Preciso também concordar que os "tiozinhos" (olha a minha idade e falando de tiozinhos), em sua grande maioria, conseguem ser bem mais cavalheiros do que os rapazes mais novos. Uma questão de costume, talvez. Mas tenho notado que, ultimamente, também tenho sido alvo de explícitas e desinteressadas manifestações como essas que atingiram nossa colega blogueira, por parte de rapazes mais novos (não estou mencionando aqui a categoria dos adolescentes, porque, pra mim, o único jeito pra eles é "peia").

Ter alguém abrindo portas para mim, me dando preferência, dizendo "pode passar" ou "a Srta. primeiro, por favor", tem sido uma constante no meu dia-a-dia. O problema é que nossos dias são tão estressantes que não paramos para admirar pequenos gestos como esses, taxando-os como "obrigação masculina".

Tudo o que vira obrigação fica muito, mas muito chato. E gentilezas, pequenos cuidados, cavalheirices, não podem ser taxados de obrigação masculina. Merecem agradecimentos, sorrisos e até retribuição. Vamos mostrar aos homens o que admiramos neles. Senão é capaz deles se chatearem por se sentirem obrigados a nos tratar dessa forma.

Hoje eu já agradeci e quero agradecer novamente: ao motoboy que gentilmente segurou a porta do elevador do Juizado Federal pra mim (aquela porta parece uma guilhotina, de tão rápido que abre e fecha), ao tiozinho que me cedeu a vaga na porta da Receita Federal (que tem um estacionamento minúsculo e lotadéeeeerrimo), ao rapaz que me deu a vez na fila da xerox do Tribunal e a outros tantos que me sorriram, me deram bom dia ou boa tarde e foram gentis comigo e com outras tantas mulheres...

quarta-feira, agosto 18, 2004

Êne-a-o-til

Uma amiga anda tendo problemas para convencer os homens de que não é não – como já diziam nossas mães.

De um lado, um ex-quase-namorado que não larga do pé, mas também não se decide a Ter um compromisso de verdade. Como ela não quer o meio-termo, diz não. E ele não entende. Ou faz questão de não entender.

De outro, um ex-provável-namorado, que anda perdendo pontos justamente por não respeitar o espaço da moça. Ela diz "não", ele insiste. E insiste. Até ficar chato e cansativo.

Alguém me explica por que os homens não conseguem compreender essa palavrinha tão simples?

segunda-feira, agosto 16, 2004

A Dança das Letrinhas

Vamos lá, mocinhos...todos aprendendo a Dança das Letrinhas!!

Música: YMCA, do viril e muito macho grupo musical Village People (aquele do índio, do guarda e outros mais)

Durante a música, você pode se expressar à vontade, deixando a sua sensibilidade aflorar, entrando em contato com o seu lado mais metrossexual, sem se importar com os olhares horrorizados das rachas presentes (elas estão é com inveja do seu twist de quadril!!).

No refrão, você vai usar o seu corpitcho para ilustrar a letra da música, desenhando com os braços as quatro letrinhas:

Y – Coloque os braços para cima, fazendo um "V";
M – Suavemente, traga os braços para baixo, deixando-os ao longo do corpo, dando (eppaaa!!) uma leve arredondada neles;
C – Mantenha um braço abaixado, mas vire-o para fora, acentuando um pouco a forma aredondada. Eleve o outro acima da cabeça, como se fosse fazer um alongamento lateral, porém sem dobrar o corpo;
A – Esse é um pouquinho mais elaborado, pois exige o uso das pernas também. Leve os dois braço para cima da cabeça, fazendo com que as pontas dos dedos se toquem suavemente, como se você estivesse rezando. Ao mesmo tempo, abra suas pernas para manter a continuidade da linha dos braços.

Pronto!! Só não se esqueça de beber alguma coisa antes, para poder justificar quando aparecerem as fotos...

O Efeito YMCA

Vou pedir licença às minhas amigas para iniciar um post seriado. São algumas dúvidas que assombram minha mente em tardes modorrentas de segundas-feiras e que eu preciso esclarecer a qualquer custo. Vamos então ao primeiro capítulo da série:

O MISTERIOSO E FANTÁSTICO (E ÀS VEZES NOJENTO) MUNDO DOS MACHOS I

Eu sou uma testemunha ocular. Ninguém me contou. Eu vi. E não foi uma vez, foram várias, dezenas, centenas de vezes.

Começa assim: um grupo de moças e rapazes em uma boate, ou em outro lugar qualquer que tenha música. Avaliações gerais de parte a parte: "Esse eu pegava, aquele eu deixava me pegar, aquele outro eu deixava pensar que podia me pegar um dia, quem sabe...aquele ali nem f******"
Ou seja, o trivial das saídas em grupo.

De repente, soam os primeiros acordes de "I'll Survive" e eles parecem um código, uma senha. Os rapazes, que antes mantinham uma pose de macho, um olhar distante que dizia "te como assistindo a uma partida de futebol e palitando os dentes" e que nos fazia pensar em tacapes e cabelos compridos, esses moços, pobres moços, resolvem liberar o bípede emplumado e desembestam pela pista de dança fazendo caras e bocas, cantando tudo de cor e exagerando na caricatura para fingir que estão brincando. E tome-lhe "It's Raining Man", "Macho Man" e o ápice, a liberação total, o orgasmo dos sentidos, a consagração: YMCA!!! Com coreografia de letrinha e tudo.

Depois que morrem as últimas notas, voltam para a mesa, como se nada houvesse acontecido. Olham para o lado, desconfiados, pedem uma cachaça e dão uma coçada ostensiva nas partes, como que para afirmar que tudo voltou ao normal.

E, caso alguém os fotografe no ato ("Olha aqui o T* fazendo o Y...não, não é um G...é que o S* desmunhecou um pouco fazendo o C..."), sempre há o álibi da bebida...

Pergunta aos moços: quer dizer que a bebida é a TPM dos machões?

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Update: Acabou-se tudo!!! Meu amigo David, último bastião da tosquice masculina, acabou de fazer a dança das letrinhas aqui ao meu lado!!! Não confio mais em homem nenhum!!!




sexta-feira, agosto 13, 2004

Conto de Fadas

Hoje, só pra variar um pouco, meu post vai ser mais sério, mais no estilo Fabby de ser...rs.


Sou uma pisciana meio mixuruca. Nunca fui lá muito sonhadora e sempre tive meus pés bem presinhos ao chão. Príncipe encantado pra mim, só mesmo nos contos de fadas e, cá pra nós, eu achava todos aqueles príncipes uns chatos inertes. Nunca esperei pelo meu. Nunca acreditei que ele fosse chegar num lindo cavalo branco, que me livrasse das agruras de uma torre isolada e me levasse pra um lindo castelo onde teríamos lindos filhos.

Mas a vida nos apronta cada uma. E ele veio. Veio num Tipo Prata, pra me livrar das agruras de uma vida de solteira-danada-que-não-parava-quieta e me levar pra uma casa onde teríamos 3 gatos e uma cadela.

Essa, com certeza é a parte mais bonita e mais fácil de um conto de fadas. Mas e depois do "E foram felizes para sempre"? Ninguém nunca contou o que aconteceu. Se o príncipe roncava ou a princesa acordava mal-humorada. Se a TPM dela era insuportável ou se as contas a pagar eram preocupantes.

E é aí que começa uma verdadeira história de amor. O príncipe de verdade só precisa estar disposto (assim como você) a escrever essa história ao seu lado. Juntos, com certeza, essa história vai ter um final muito, mas muito feliz.

Então, amiga, não desista de esperar pelo seu príncipe. Mas reexamine suas expectativas. Espere da maneira certa, pelo homem certo. Ele existe, eu sei. Eu encontrei o meu (e olha que eu sou chata), então o seu está por aí...

P.S.: Ou iéis, hoje eu estou beeem melhor...

quarta-feira, agosto 11, 2004

Biblioteca Básica

Recém publicado pelas Megeras, não poderíamos deixar de indicar, como livro de cabeceira, leitura obrigatória para você, homem moderno, que anda perdido no meio da mulherada, o Manual Prático Para Bofes Bem. Clique aqui, confira e decore!




terça-feira, agosto 10, 2004

Atendendo a pedidos

Esse post aqui é pra atender a um pedido bastante especial...hehehe.

Há muuuuitos anos atrás eu estava na casa de uma amiga, quando ela me veio com aquele papo, de que conheceu um cara na academia que era certinho pra mim, que a gente combinava muito, que ele era lindo e tal, e que ela pre-ci-sa-va me apresentar o tal amigo. Falando isso ela passou a mão no telefone e ligou pro tal sujeito.

"- Pronto, ele tá vindo pra cá pra te conhecer!

- Tá louca Michelle?

- Ué, tô nada. Você tá solteira, ele também, vocês se conhecem logo e se rolar um clima, pronto!"

Como num dava mais pra fazer nada, fiquei ali, esperando o tal sujeito. Ele chegou, interfonou e a gente desceu.

Pra começar, ele num era nada lindo. Mas tudo bem, eu também num sou e beleza nunca foi parâmetro pra nada na minha vida. Conversamos por 15 minutos, ele tava indo pra academia e minha (in)conveniente amiga marcou de sairmos mais tarde. Os três. Achei ótimo. Ainda num conhecia o cara, vai que é um doido, ou pior, um chato?

Na hora marcada cheguei na casa da minha amiga. Ela estava de pijamas, com um sorriso sacana no rosto.

"-Eu num vou não..."

Ah, que bom! Mais um blind date na minha vida, era tudo o que eu precisava. Detalhe: ele tinha ligado, dizendo que o irmão dele pegou o carro e ele tava sem ter como ir. Lá fui eu pegá-lo em casa.

Cheguei lá o cara desceu e a gente ficou conversando debaixo do prédio. E conversando... e conversando... Fiquei mais de uma hora e meia embaixo daquele prédio falando bobagens. Sim, porque nem assunto em comum a gente tinha, só amenidades, "como está o tempo, há quanto tempo você malha, como vai a faculdade"... Eu tava toda arrumada pra sair e o cara num desecalhava daquele prédio.

Lá pelas tantas ele vira e diz: "-Nossa, estou com fome! Vamos lá na 405 sul?"

Uêpa, beleza! 405 sul, mais conhecida como Rua dos Restaurantes, ou iéis, vamos, pelo menos, sentar num lugar legal pra comer! Agora sim, a noite estava começando.

Quando chegamos na 405 sul ele fala: "-Entra aqui na quadra, pode parar ali na entrada".

Ué... Os restaurantes são mais pra lá amigo, lá na comercial, o que eu vou fazer aqui na entrada da quadra? É quando o indivíduo larga a pérola: "- Adoro o cachorro-quente daqui, vou comer um e já volto... Quer um também?"

Gente, juro-por-Deus, nada contra comer cachorro-quente de carrocinha, eu adoro, mas imaginem a situação! Eu, toda arrumada, maquiada, cheirosa, pronta pra uma noite divertida com o tal fulaninho-feio-e-nem-tão-simpático, e ele querendo que eu sentasse numa mesinha de ferro, na rua!!! Num dava, num dava...

Proferi um "não, obrigada" (o mais seco e mal-humorado que consegui) e fiquei dentro do carro esperando. Lá pelas tantas, depois de dois cachorros-quentes e um refri, volta o tal e manda, inacreditavelmente, com a cara mais lavada da face dessa terra: "-Gata, tem cinco contos aí?"

Sim, senhoras e senhores, ele ainda me pediu dinheiro pra pagar o cachorro!!! Pensei rapidamente nas opções:

1) Ligar o carro e ir embora na mesma hora

2) Fingir que não tinha escutado

3) Dizer que não tinha dinheiro, que estava esperando que ele pagasse a conta do restaurante francês no qual eu pretendia jantar depois

4) Dar logo os "cinco contos" pra ele e dar fim naquela noite dos infernos.

Opção 4 escolhida, deixei o dito cujo em casa e nunca, nunca mais, juro de pé junto, atendi a um telefonema sequer desse cara. Sim, porque ele me ligou depois disso, e ainda mandou recados pela minha amiga, que tinha gostado de mim, que não entendia porque eu não queria mais vê-lo e etc etc etc...

Alguém aí vai me dizer que eu não tinha motivo?

P.S.: Pronto, agora você tá no blog. Pedido atendido querido?

segunda-feira, agosto 09, 2004

Sessão Fotolog

Essas três moçoilas blogueiras almoçam toda sexta-feira juntas. Aproveitamos o momento para colocar as novidades na mesa, rir bastante e comer despudoradamente (sempre com direito a sorvete de creme com calda de banana de sobremesa).

Nessa última sexta aproveitamos também para mostrar nossos dotes "Top Models", afinal, não somos apenas mulheres inteligentes, somos carinhas bonitas e corpitchos sarados...



Fabby e Kika em demonstração explícita de amor. Foto tirada por Lu.



Lu e Fabby disputando pra ver quem tem os olhos mais bonitos. Foto tirada por Kika.


Lu e Kika se comportando porque querem voltar ao restaurante. Foto tirada por Fabby


P.S.: Num tem foto das três juntas, porque o garçom, como fotógrafo, era um excelente garçom...

domingo, agosto 08, 2004

O calcanhar de Aquiles ou A arte de enfiar o dedo na ferida

Ontem, em uma missão suicida, fui ao shopping com a minha irmã e com a minha sobrinha comprar o presente do papai. Quando estávamos atravessando a rua, a minha sobrinha fez sinal na faixa de pedestre e um cara não parou. Quando ele passou por mim (o trânsito estava bem lento), iniciamos um diálogo delicado e educativo:

Eu: "Olha a faixa de pedestre, ô educado!"
Ele: "Piranha!"
Eu: "Só se você estiver falando com a sua mãe!"
Ele: "Vagabunda!"

Uma pessoa de poucas, porém significativas palavras, não?

Bom, eu fiquei com muita vergonha de ter feito aquela cena na frente da minha sobrinha, que tem só dez anos. Mas o que me deixou pensativa pelo resto da noite foram as palavras que ele usou para supostamente me ofender.

Estamos mais evoluídos no quesito liberação sexual, é verdade. Mas por que, sempre que uma pessoa quer ofender outra, usa termos relativos ao comportamento sexual, e com tom depreciativo? Se o alvo é uma mulher, as palavras são "piranha", "galinha", "vagabunda" e outras semanticamente semelhantes. Se for um homem, "bicha", "viado" (com "i" mesmo)...

E se eu , de fato, fosse uma piranha? No que ele estaria me ofendendo? Já tive minhas fases de galinhagem e admito sem me sentir diminuída. Nem participo daquelas conversas que rolam entre amigas, onde é revelado o número de relacionamentos que cada uma teve. Eu não tenho esse registro. Mas posso garantir que beijei e transei muito menos do que gostaria.

E no caso dos homens? Ser chamado de bicha ou de viado ofende? A opção sexual interfere no seu caráter? Chamar de bicha é a mesma coisa que chamar de ladrão?

Vamos reescrever a cena:

Eu: "Olha a faixa de pedestre, educado!"
Ele: "Egoísta, pessoa que não se importa com outros!"
Eu: "Só se você estiver falando com a sua mãe!"
Ele: "Incompetente, não consegue fazer seu trabalho direito. Burrinha!"

Aí sim, ele chegaria mais perto de me ofender. Mas não ofenderia, porque sei quem eu sou. E ele nem me conhece...

sexta-feira, agosto 06, 2004

P.S.

Conversa básica na hora do almoço:

Kika®: "Vem cá, cês num vão postar lá naquela bodega não é? Só eu que posto?"

Lu: "Ah é. Vou postar hoje, pódexá."

Fabby: "Ah, então vou postar amanhã."

É o famoso blog-rodízio.

Cara valente

Essa aconteceu há vários meses. Na época, não tive estômago para comentar com ninguém, tamanho o susto. Agora, que já passou, dá pra rir da história.

Voltava eu do Parque da Cidade, muito calminha (para mim, o Parque é terapêutico), quando recebo uma tremenda fechada de um cara que vinha dirigindo feito maluco. Só não bati porque tinha visto o sujeito antes e até esperava que ele aprontasse alguma. Ato reflexo, abaixei o vidro e pus a mão para fora, apenas um dedo esticado (não preciso dizer qual).

Pois num é que o cara quis dar uma de macho? Jogou o carro em cima do meu, e meteu o pé no freio, bem na minha frente. Não bati por pouco, mas meu carro encostou no dele.

Desceu já fazendo o maior escândalo, tentando abrir a porta do meu carro (trancada por dentro) e gritando "desce do carro, desce do carro agora!".

Como não devia nada, desci. O sujeito fez drama, disse que eu ia ter que pagar o conserto do carro. Falei que não estava preocupada com isso, tinha seguro e, se tivesse amassado, pagaria. Só que não tinha nem um arranhão no carro dele. Nem poeira.

Então, o engraçadinho começou a me dizer desaforos, a xingar a minha mãe e a dizer "ninguém dá o dedo pra mim". Uma mulher que não tinha nada a ver com a história estacionou o carro e veio me dar apoio moral e verbal: "Eu vi tudo, moça. Você não fez nada de errado, esse maluco é que te fechou."

A essa altura, meus joelhos tremiam de raiva e medo (claro!) e tive de encostar no carro. Minha língua, felizmente, permanecia bem afiada e, sem aumentar o tom de voz (não queria virar barraqueira), respondi que ele não tinha condições mentais de estar no trânsito etc. e tal.

A senhora falou: "Moça, vamos à delegacia? Vamos prestar ocorrência?". O cara continuava berrando e xingando, com toda a sua macheza.

O detalhe é que isso tudo aconteceu em frente ao Batalhão de Polícia de Trânsito do Sudoeste. Em poucos minutos (que pareceram uma eternidade para mim), uma viatura encostou do nosso lado e quis saber o que tinha acontecido. A senhora, testemunha ocular de tudo, narrou a história ao PM. E o sujeito muito macho? Onde foi parar?

Sumiu, evaporou, escafedeu-se. Quando percebemos, já estava dentro do carro dele. Ainda tive tempo de chegar até a janela do filho da mãe e falar "Agora que a polícia chega, você foge, né, covarde?"

Fugiu quietinho, sem dizer mais nada.

Agora, me diz: se eu fosse homem, o babaca teria tido essa coragem toda de:
1. me fechar;
2. tentar provocar uma batida;
3. descer do carro, todo posudo;
4. me ameaçar?

Não, acho que não.

quarta-feira, agosto 04, 2004

Igualdade é o "Ó"

[ Para não ser crucificada, antes de tudo devo dizer que sou uma mulher independente. Que ninguém paga minhas contas, que ganho bem, que adoro (aliás, prefiro) que meu homem cozinhe pra mim e que jogo futebol. Então, lá vai... ]

Eu não sou a favor da igualdade entre os sexos. Acho que existem coisas que só homens deveriam fazer. Outras, só mulheres. Queria saber quem foi a desgraçada que queimou aquele primeiro soutien e ainda me meteu no meio dessa história. Mas calma, antes que as feministas de plantão me batam, vou me explicar.

Homens e mulheres estão vivendo uma época muito, mas muito confusa. Antes eles eram machões, machistas, provedores e cabeças da família. Mas as mulheres queriam mais. Queriam poder ocupar esses lugares. Hoje elas também são provedoras, cabeças da família, feministas e femininas.

Hoje nós dizemos aos quatro cantos que não há mais lugar para os homens de antigamente. Aí está o problema. Também não sabemos dizer aos homens o que queremos deles nos dias de hoje. Clamamos por um homem mais sensível, o tal discurso “homem-também-chora”, mais ligado à família, que divide as responsabilidades dos filhos, da casa, das contas com a mulher.

Êpa, peraí! Chorar? Contas? Problema. Queremos um homem sensível, que divida as responsabilidades, mas ainda queremos que ele pague a conta do motel ou do restaurante. Queremos um homem sensível, que saiba chorar, mas ainda queremos o machão que olha de cara feia para o fulaninho que nos paquerou na rua ou que sinta ciúmes daquela nossa minissaia.

Onde está a igualdade se não mandamos flores ou abrimos a porta dos carros pra eles? Precisamos, homens e mulheres, descobrir o que realmente queremos uns dos outros. Principalmente nós, mulheres, que tanto mudamos ao longo desse tempo, que tanto clamamos por essas mudanças e esquecemos que nossos homens ficaram perdidos no meio do caminho.

Expliquei-me?

P.S.: E ainda estou querendo saber quem foi a desgraçada que queimou aquele primeiro soutien...

terça-feira, agosto 03, 2004

Distâncias

Diferença de idade;
Diferença de classe social;
Diferença de cultura, de religião, de gostos;
Distância geográfica.

Listei algumas das justificativas para o fim de um amor. Relendo a lista, lembrei aquele termo jurídico: incompatibilidade irreconciliável de gênios. Para mim é redundância. Se for incompatível, não tem como conciliar. Alguém pode me provar o contrário?

Bom, mas eu não concordo com a lista acima. Porque eu já vivi todas essas diferenças e posso garantir que nenhuma delas me fez terminar um relacionamento. O que me fazia deixar de gostar, de querer estar perto, era a tal da incompatibilidade tão incompatível que chegava a ser irreconciliável: a diferença de posicionamento.

Vamos raciocinar juntos (você mais, que hoje eu estou com preguiça): duas pessoas de idades diferentes podem se dar bem se tiverem a mesma postura diante da vida. Se esperarem as mesmas coisas, se tiverem objetivos semelhantes. O mesmo acontece com os casais que vieram de classes sociais diferentes, com os que têm níveis culturais diferentes, com os que moram distante um do outro.

Eu digo isso porque acredito que um relacionamento tem a função precípua de nos fazer melhores, de nos empurrar para frente – de vez em quando, caímos num buraco, mas é disto que a vida é feita: de surpresas!

Quer um exemplo? Tive um relacionamento-expresso com uma figura que até hoje assombra minhas noites insones. Ele era teoricamente perfeito: dois anos mais velho que eu, instruído, culto, financeiramente equilibrado (o que, para mim, é lenda), bonitão, tamanho standard. Um dia, resolvi levá-lo à casa de uma amiga, casada com um homem bem mais velho que ela, chiquetérrimo, um poço de classe. Tudo estava indo muito bem, até que, no meio da conversa, o celular dele toca. Tudo bem, isso acontece. Mas ele começou a falar alto, discutindo uma entrega que a empresa dele precisava fazer. Não preciso dizer que a conversa parou. Ficamos escutando a negociação de prazos, o fornecimento de informações. Depois de uns dez minutos (uma eternidade, no caso), eu cheguei perto dele e perguntei: “Não seria melhor você ir até a outra sala?”. Ao que ele respondeu: “Não, o que é isso, vocês não estão me atrapalhando”.

Tá vendo? Falta de educação, dirão alguns. Eu digo que é mais. É falta de uma postura legal diante da vida. E isso distancia. Ô...é um buraco e tanto!

segunda-feira, agosto 02, 2004

Crise, que crise?

A maioria das minhas amigas encontra-se no seguinte estado civil: Solteira Procurando. Elas reclamam muito da tal da crise afetiva, que o negócio tá feio, que anda difícil encontrar um cara legal ou levar um relacionamento decente, com compromisso, honestidade e coisa e tal. Mas isso não é exclusividade feminina. Meus amigos solteiros andam reclamando do mesmo jeito.

Lembrei que, há muito tempo atrás, eu estagiava na Defensoria Pública de Sobradinho, cidade aqui do Distrito Federal. A maioria da população lá é de baixa renda e uma boa parte é pobre-pobre-pobre-de-marre-de-si.

Num dia de plantão na defensoria, eu e duas amigas comentávamos sobre essa mesma crise (essa, da falta de homens/mulheres, da falta de compromisso, de relacionamentos decentes), quando o promotor de justiça, que por sinal era um dos nossos professores mais legais, apresentou sua tese sobre o assunto. Ele disse:

"- Meninas, essa crise só existe em determinadas classes sociais. Existe pra nós, pra mim, para os meus amigos, pra vocês, para as suas amigas. Mas se vocês repararem bem, não existe, por exemplo, para pessoas como as que vocês atendem diariamente aqui na defensoria. Pras pessoas pobres não existe essa crise afetiva. Acho que elas têm mais com o que se preocupar.”

Parei pra pensar. Realmente, ele tinha razão. Na defensoria, todos os dias, mas todos os dias, sem exceção, escutávamos as mesmas histórias. Maria foi morar com João, mas também namorava José. José largou de Maria e já estava indo morar junto com Ana. João, por sua vez, já namorava Lucia, que tinha 4 filhos, de 4 maridos diferentes e estava grávida de Marcos. Marcos era casado com Silvia, mas já tinha vivido com Ana. Se alguém ia lá dar entrada num divórcio, podem acreditar: já existia outro na jogada.

E era assim mesmo. As pessoas se separavam, casavam, namoravam e procriavam com uma facilidade imensa. Crise afetiva? Que nada! Podiam não ter grana, bens ou uma qualidade de vida considerada razoável, mas crise afetiva? Nunca vi ninguém reclamar da solidão, da falta de homens/mulheres, da ausência de compromisso entre as pessoas.

Meu querido professor estava certo. Embora eu não veja nenhuma lógica no raciocínio, na prática ele era correto. Alguém, por favor, sabe me explicar o por quê?

HELP!

APERTEM OS CINTOS! O CONTADOR DO BLOG SUMIU!